Vídeo de presidente do Bradesco soa como apoio a ameaças golpistas de Bolsonaro

Causou uma grande surpresa o vídeo institucional, postado nas redes sociais dia 04 de junho, em que o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari Junior, exalta virtudes do Exército brasileiro. Em meio a seguidas falas do presidente Jair Bolsonaro dando a entender que não aceitará o resultado das eleições caso perca, atacando o Supremo Tribunal Federal (STF) e afirmando que as urnas eletrônicas fraudam as eleições, sem nenhuma prova, o vídeo do executivo foi entendido como apoio à visão de Bolsonaro.
A gravação repercutiu negativamente e foi ligada a um possível golpe de estado. Diante das críticas, Lazari tentou se explicar, gravando um áudio a amigos, publicado no portal Metrópoles, em que argumenta que o comandante do batalhão em que serviu, há dois meses, havia pedido a ele para gravar um depoimento sobre o seu período de caserna. “Como fazem diversos ex-soldados que, hoje, estão na vida privada". E que este vídeo ‘vazou’ fora de contexto.
A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) solicitou audiência com o Bradesco para obter explicações sobre o vídeo.
A Contraf-CUT contesta a versão do executivo, enfatizando que a peça tem características institucionais. Isso porque o vídeo traz a logomarca do Bradesco. E o pronunciamento do presidente faz referências ao banco como “um dos maiores do mundo” com “90 mil funcionários”. A avaliação é que a fala do presidente “pode ser entendida como um apoio do Bradesco aos ataques à democracia”, promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). “Pois o presidente capitão do Exército Jair Bolsonaro ataca insistentemente o sistema eleitoral, o Poder Judiciário, a imprensa, as entidades sindicais, as universidades e os movimentos sociais”, completa.