‘Vacinação da maioria da população só no segundo semestre de 2022’, diz ex-ministro da Saúde

Publicado em: 24/03/2021
‘Vacinação da maioria da população só no segundo semestre de 2022’, diz ex-ministro da Saúde

Com 3.158 mortes nas últimas 24 horas e se aproximando dos 300 mil óbitos causados pela Covid-19, o Brasil busca mais do que nunca políticas de saúde. Essa preocupação foi a pauta, na noite de ontem, dia 23/03, do debate sobre a situação do combate ao novo coronavírus no Brasil. A live realizada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) contou com a participação do ex-ministro da Saúde, Arthur Chioro, e da presidenta da Confederação e uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira.


O ex-ministro traçou um quadro grave para o país nesta pandemia e disse que as projeções que pesquisadores de saúde fazem é que o Brasil só conseguirá vacinar 70% da meta em agosto ou setembro do ano que vem. “A boa é que os dados indicam que os idosos já vacinados, com mais de 90 anos, tiveram uma brutal redução de casos graves, internações e óbitos. A vacina é segura e funciona”, afirmou Chioro, diante de bancárias e bancários de vários pontos do país que assistiram à live.


A presidenta da Contraf-CUT abriu o debate fazendo um breve resumo de um ano de lutas da categoria para combater a doença. “Foram mais de 30 rodadas de negociação desde o começo da pandemia. Colocamos 300 mil pessoas em teletrabalho. Cobramos uma série de medidas. Primero foi colocar todo mundo do grupo de risco em casa. Negociamos controle da entrada dos clientes nas agências, que são pequenas. Negociamos a redução do horário de atendimento, álcool gel nas agências, proteção de acrílico, redução das metas. As pessoas estão muito tensas e apreensivas. Mas nossa negociação ajudou a salvar muitas vidas”, explicou Juvandia.


Arthur Chioro destacou que a categoria bancária conseguiu conquistas que até hoje muitos setores profissionais do pais não conquistaram. Mas alertou: “É uma doença terrível. que mata quatro de cada cinco que vão para a UTI. Dos que sobrevivem, uma parte continuará coexistindo com sequelas e problemas de saúde. Além disso, diagnósticos de câncer, diabetes e outras doenças graves vão se avolumar, sem falar dos transtornos mentais, que crescem bastante”.


O ex-ministro apresentou medidas necessárias para combater a Covid-19. Começou citando o maior grau de isolamento possível. Ressaltou que médicos e enfermeiros se contaminam mais no teclado do computador do trabalho do que quando estão com máscaras no atendimento aos doentes. Citou também o contágio no transporte coletivo. “É quase impossível não se expor quando se está em um ônibus ou trem lotado”, falou.


Para Chioro, a naturalização da tragédia é fruto de gravíssimos erros sanitários do governo, que deixou de tomar as decisões fundamentais.