Um plano de saúde só para os idosos

Publicado em: 14/01/2010
Um plano de saúde só para os idosos

Novo diretor da ANS defende a criação de segmento específico de convênio médico e reajuste diferenciado por operadora e contrato

O novo diretor de Desenvolvimento Setorial da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Maurício Ceschin, assumiu o cargo e já defende a estruturação de um plano de saúde específico para idosos. Responsável por um mercado que envolve 41,5 milhões de brasileiros, o médico reconhece que os convênios estão se tornando inviáveis para a população acima dos 60 anos de idade. Ele também defende reajustes diferenciados por plano.



Mensalidades abusivas dos modelos individuais (típicas de quem se desligou de empresas e agora só conta com esse tipo de contrato) têm expulsado idosos das carteiras convencionais, o que já se tornou até objeto de ação civil pública.



Ex-funcionário da Medial, Ceschin tomou posse há uma semana, apesar de abaixo-assinado de 62 organizações de defesa do consumidor, que protestaram contra o fato de ele e do novo diretor de Fiscalização, Leandro Tavares (Amil), serem do mercado de planos.



Pesquisa financiada pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) também é favorável a reajustes diferenciados e novos modelos de contratos para idosos. Com aportes das seis maiores (Bradesco, Sulamérica, Golden Cross, Amil, Medial e Intermédica), o estudo mostra que o custo dos procedimentos subiu 14,22% em 2009, enquanto consultas representaram entre 10% e 60% dos gastos das operadoras.



Câmara debate cooperativa

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara vai promover audiência pública hoje para discutir a viabilidade econômica dos planos de saúde oferecidos por cooperativas médicas. O deputado Dr. Ubiali (PSB-SP) afirma, com dados da ANS, que 27,2% dos usuários de planos de saúde privados (o equivalente a 14 milhões de pessoas) estão, atualmente, vinculados a cooperativas médicas. O deputado quer discutir o impacto sobre os reajustes de leis e medida provisória aumentado a cobertura dos planos.


Fonte: O Dia