Tributação de cheque especial prejudica clientes e beneficia bancos

O que parecia uma boa notícia, exaltada pela grande mídia não passa de uma cilada do governo, que no caso do cheque especial resolveu “dar com uma mão para tirar com a outra”, como se diz na gíria popular. Ao tabelar e reduzir os juros do cheque especial em 8% ao mês que em outubro chegou a 12,4%, o governo criou uma contrapartida que prejudica clientes e pode beneficiar ainda mais os bancos. Para financiar parte da queda dos juros do cheque especial, o Conselho Monetário Nacional autorizou as instituições financeiras a cobrar, a partir de 1º de junho do próximo ano, tarifa de quem tem limite do cheque especial maior que R$ 500 por mês. Equivalente a 0,25% do limite que exceder R$ 500, a tarifa será descontada do valor devido em juros do cheque especial. E o pior: o correntista vai pagar taxa mesmo sem usar o cheque especial. A taxa média do cheque especial estava em 305% ao ano, mas alguns bancos cobram mais de 600% ao ano, a mais alta taxa do mundo. Os juros no cartão do crédito são os maiores vilões do endividamento da população brasileira, com os mais altos juros praticados no planeta. O Brasil tem mais de 63 milhões de pessoas endividadas com o nome sujo, portanto, sem crédito para consumir.