Síndrome de Burnout

Publicado em: 08/01/2020
 Síndrome de Burnout

Faz um tempo que a palavra ‘burnout‘ começou a circular, a condição, envolve sintomas de depressão, ansiedade e estresse relacionados diretamente com o trabalho, foi classificada pela OMS como síndrome. Agora, uma pesquisa da Faculdade de Medicina da USP estimou pela primeira vez quantas pessoas são afetadas no Brasil. E não é pouca gente: 20 milhões, ou um em cada cinco trabalhadores. Quando se leva em consideração apenas algum dos sinais, mas não o conjunto que indica a ‘queima total’, tem-se que quase metade da força de trabalho do país já foi afetada.


A pesquisa foi feita com base em entrevistas com mais de seis mil pessoas entre 21 e 65 anos, de diferentes cidades e classes sociais. Quem mais sofre são as pessoas com menos de 30 anos, que têm menos recursos protetivos, como uma posição boa na empresa para dizer mais ‘nãos’ e são menos propensos a encarar recomendações que fazem parte do tratamento, como largar o smartphone.


Entre homens e mulheres, elas são as mais prejudicadas, o que certamente tem a ver com a jornada adicional de trabalho doméstico. Também conta o fato delas ocuparem menos cargos de poder, o que gera uma sobrecarga por frustração, segundo a reportagem.


Ao longo do texto, especialistas e trabalhadores comuns relacionam a alta prevalência à piora da rotina profissional nos últimos anos. Por exemplo, mesmo que alguém trabalhe oficialmente 40 horas por semana, essa contagem não capta as mensagens de whatsapp enviadas de noite e nos fins de semana. “Todos estão dependentes e escravizados por aplicativos”, diz Rosylane Rocha, presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho. Tem ainda os sistemas de metas para vários níveis de funcionários. E, evidentemente, a taxa de desemprego galopante.