Santander intimida beneficiários para obrigá-los a trocar planos de previdência

Publicado em: 22/12/2022
Santander intimida beneficiários para obrigá-los a trocar planos de previdência

Em carta enviada aos clientes do Fundo Gerador de Benefício (FGB), o Santander deu três opções: ou resgatam seus recursos, ou repactuam as condições de remuneração do patrimônio ou levam o dinheiro para outro administrador.

A alegação para o ultimato dado pelo Santander é de o respectivo plano de previdência, que é atualizado por taxas muito acima das de mercado, não são mais compatíveis com a atual realidade. O banco está tendo prejuízos e se recusa a continuar cobrindo a diferença de taxas. “Esse plano de previdência foi estruturado e comercializado em uma época de altas taxas de juros e com disponibilidade de ativos que permitiam assegurar a garantia de rentabilidade de produtos. Diante disso, faz-se necessária repactuação de suas condições”, diz o banco na correspondência.

A intimidação feita pelo Santander afeta, inclusive, funcionários e ex-empregados da instituição, que entraram no fundo de previdência ainda na época do Banespa, o banco do estado de São Paulo que foi comprado pelo gigante espanhol.

O Santander informa, por meio de sua assessoria de imprensa, que tudo está sendo tratado pela Evidence, sua empresa de previdência privada, ainda que a carta à clientela tenha a marca do banco. Ressalta, ainda, que, em nenhum momento, foi proibido pela Susep de repactuar condições de contratos. Diz a nota: “A Evidence encaminhou comunicado aos participantes contendo proposta de repactuação do plano FGB, que é uma possibilidade que lhe é assegurada. A companhia age dentro da regulação vigente e em observância aos contratos existentes, contatando seus clientes para buscar a repactuação dos contratos. A Susep nunca se manifestou pela proibição da apresentação de propostas de renegociação contratual pelas seguradoras aos seus clientes”.