Santander ignora saúde do trabalhador

Na cartilha intitulada "O Santander contra o Assédio Moral nas Relações de Trabalho", o banco espanhol adotou diversas interpretações conceituais que favorecem os interesses da empresa, em detrimento da proteção da saúde dos trabalhadores.
A conclusão tem como base uma análise feita pela Contraf-CUT.
De acordo com a entidade, o Santander trata o assedio moral como algo totalmente dissociado do modo de organização do trabalho.
Um dos trechos da cartilha destaca o "poder de direção" garantido ao empre-gador pela legislação brasileira, afirmando que "o exercício deste poder, dentro dos limites legais não configura assédio".
Em outro ponto, há a preocupação em explicitar que "a exigência do cumprimento das metas é atitude que não caracteriza assédio moral, pois se trata de atitude normal ditada pela competitividade do mercado".
O descaso do banco com a saúde dos trabalhadores é claro no item 2.4 do material, que trata das consequências do assédio moral:
"Como principais consequências, destacam-se: (a) custos com absenteísmo (ausência); (b) custos com improdutivi-dade ou baixa eficiência/baixo nível de produtividade; (c) licenças previdenciá-rias; (d) falta de engajamento e motivação pessoal; (e) clima desfavorável na empresa; (f) danos à reputação da empresa; e (g) custos com ações judiciais, pois as condições de trabalho humilhantes e degradantes são passíveis de condenações por dano moral e material."
Fica evidente que a preocupação é apenas com as consequências do assédio moral para o banco. Os reflexos da prática para a saúde do trabalhador são completamente ignorados.