Santander Brasil não está à venda, diz Marcial Portela

O Presidente do Santander Brasil, o espanhol Marcial Portela Alvarez, é taxativo ao dizer que o banco não está à venda. "Não existe qualquer negociação para venda do banco e a matriz não quer vender", em referência as especulações recentes sobre negociações para venda do controle ou parte do banco no Brasil. O Santander é o terceiro maior banco privado do país.
Em conversa na sede do banco, em São Paulo, o executivo descartou também uma venda de participação minoritária relevante. Portela esteve reunido com Emilio Botín, o Presidente do conselho do grupo e Alfredo Sáenz, o executivo-chefe. A única intenção da matriz é vender uma pequena fatia de 1% a pouco mais de 2% do banco para atender à exigência da BM&FBovespa de que o banco atinja um "free float" mínimo de 25%, aplicável a companhias listadas no Nível 2 de governança da bolsa.
O grupo Santander tem hoje 75,61% das ações do Santander Brasil e, a rigor, precisaria vender fatia de 0,61% até outubro, quando termina o prazo para se adequar à regra. Segundo ele, no entanto, a fatia a ser vendida deve ultrapassar um pouco o mínimo necessário, para que o banco não volte a ficar desenquadrado em caso de uma recompra de ações. O Brasil representa 27% do lucro total do Santander, comparado a menos de 10% na Espanha. No total, a América Latina faz 52% do lucro do banco.
A diversificação é vista como um "colchão de proteção" para ciclos econômicos diferentes, como a crise agora na Europa, enquanto nos emergentes a situação é bem mais confortável. A direção espanhola insiste que não precisa vender ativos e, se precisasse, não venderia no Brasil, onde tem 10% do mercado e as condições para fazer o banco de varejo que deseja.