Resolução que limita bônus de executivo não vai valer para Banco do Brasil e Caixa

O Banco do Brasil e a Caixa Econômica estão fora da limitação ao pagamento de bônus a executivos de empresas financeiras proposta pelo Banco Central (BC).
A resolução, instrumento que englobará as mudanças propostas pelo BC, não pode se sobrepor a lei que estipula critérios de remuneração das empresas estatais e de economia mista.
Segundo compreendem alguns círculos do governo, os bancos públicos não pagam remuneração variável, o que foi alvo da regulamentação do BC. Esses bancos pagam Participação nos Lucros e Resultados (PLR), benefício determinado pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), do Ministério do Planejamento.
Portanto, o percentual do desempenho do banco que será distribuído aos funcionários anualmente é pré-fixado. Para os executivos de alto escalão, essa participação fica restrita a até seis salários ao ano e é definida pela assembléia de acionistas.
“Os bancários se esforçam ao máximo e graças a isso os bancos lucram cada ano mais. No entanto, o que ganham de PLR nem se compara com os bônus destinados aos executivos”, ressalta o diretor do Sindicato e funcionário do Banco do Brasil, Marcos André Alvarenga.
As demais regras que estão sendo preparadas pelo BC para a remuneração dos executivos, como a necessidade de mais transparência na divulgação dos dados também vão valer para Caixa e Banco do Brasil.
O objetivo do BC é evitar que executivos do setor sintam-se estimulados – via altos bônus – a assumir riscos que podem ameaçar a saúde financeira das instituições.
O BC informou que propôs a regulação com base nos compromissos assumidos pelos líderes do G-20 em 2009. A preocupação com os bônus foi acirrada após o ocorrido em grandes bancos de países desenvolvidos entre 2007 e 2009, o que culminou com a crise financeira internacional.