Proposta dos bancos vai levar bancários à greve
Publicado em: 23/09/2009

Banqueiros fazem proposta sem aumento real e com PLR menor que a do ano passado,
exatamente o oposto do que os bancários reivindicam
A tal proposta global que os banqueiros se comprometeram a apresentar na rodada de negociação de quinta 17 não surpreendeu ninguém. Apesar de saberem desde 10 de agosto que os bancários querem aumento real de salários, PLR maior, valorização dos pisos, respeito aos empregos, os negociadores da federação dos bancos (Fenaban) trouxeram uma proposta que não contempla nada disso.
O Comando Nacional dos Bancários enviará documento à Fenaban fundamentando todos os problemas contidos na proposta apresentada aos trabalhadores. Os dirigentes sindicais solicitarão ainda que seja marcada nova negociação até o dia 23 de setembro para que os representantes das instituições financeiras apresentem nova proposta contemplando as reivindicações da categoria. Também no dia 23 os sindicatos de todo o país realizarão assembleias para deflagrar greve por tempo indeterminado, caso as reivindicações não sejam atendidas, a partir do dia 24.
Aumento - O reajuste proposto pela Fenaban, de 4,5% para salários, tíquetes e cesta-alimentação e outros direitos como auxílio-creche e pisos, repõe somente a inflação do período, ou seja, congelaria o poder de compra dos bancários. Os banqueiros alegam que "esse ano está muito difícil, não é um bom momento para dar aumento real".
PLR - A Fenaban apresentou um novo modelo de PLR, mais simples, mas totalmente rebaixado. Pela proposta, os banqueiros querem pagar 1,5 salário para todos os trabalhadores, limitado a R$ 10 mil e a 4% do lucro líquido do banco, o que acontecer primeiro, mais valor adicional de 1,5% do lucro líquido, com teto de R$ 1.500.
Hoje os bancários já têm 90% do salário mais R$ 966 limitado a 15% do lucro líquido. Na média, isso dá em torno de 1,8 a 1,4 salário. O teto, com a proposta dos banqueiros, sai dos atuais 15% para 4%. Além disso, propõe um adicional de até R$ 1.500, quando atualmente os bancários podem receber até R$ 1.980. E ainda pioram, já que no formato atual, o adicional não é descontado dos programas próprios e os banqueiros querem descontar tudo com a nova proposta.
Assédio moral - Na última rodada os trabalhadores reafirmaram a necessidade de combater o assédio moral e a violência organizacional. A Fenaban insistiu em defender os assediadores, ao exigir o sigilo de seus nomes para uma "política de prevenção de conflitos no ambiente de trabalho", o que é inaceitável.
Licença maternidade - aceitaram ampliar a licença maternidade para 6 meses, enquanto existir a manutenção do incentivo tributário oferecido pelo Governo Federal. A licença maternidade deve ser um ato de responsabilidade social e de defesa da infância, mas não é o que está proposto pela Fenaban.
Auxílio creche/babá - Eles também negaram auxílio-educação e querem reduzir o auxílio-creche/babá de 83 para 71 meses.
Pisos - A proposta da federação dos bancos não prevê valorização dos pisos. Mantêm o mesmo reajuste de 4,5% sugerido para os salários. Para os banqueiros, os pisos já foram suficientemente valorizados em outros anos e por isso não apresentaram sequer uma proposta para essa reivindicação.
Assembéia: o sindicato publicará edital convocando toda categoria para assembléia geral no dia 23 de setembro.
Essa Luta é de todos
JUNTOS CONQUISTAR E MUDAR