Política de alta de juros de Guedes e Campos Neto está na contramão de países desenvolvidos

Publicado em: 29/10/2021
Política de alta de juros de Guedes e Campos Neto está na contramão de países desenvolvidos

 Com o Brasil vivendo uma grave crise econômica de estagflação e o aumento de juros para tentar conter a alta dos preços, muita gente acredita na versão do Governo Bolsonaro de que os juros básicos estão crescendo no mundo inteiro. Não é verdade. O Banco Central Europeu (BCE) anunciou que, mesmo com efeitos negativos da pandemia da Covid-19 sobre a economia e elevação de preços, vai manter a política monetária de juros baixos. O Brasil, que já tem umas das mais altas taxas de juros do mundo, continua aumentando a Selic como medida para conter a inflação. O receituário que há décadas aflige o povo brasileiro mostra que o país está proibido de crescer com este modelo econômico rentista, dominado pelo cartel dos bancos, que mantém o chamado tripé macroeconômico criado durante o Governo Fernando Henrique Cardoso que persiste ainda hoje: câmbio flutuante, metas fiscais e metas de inflação.


O BCE alega que a alta dos preços é passageira. Já no Brasil, o Banco Central "autônomo" (na verdade subordinado aos banqueiros, que dominam as equipes econômicas no país) tratou de correr para elevar as taxas de juros, num país que os juros no cartão de crédito ultrapassam 300%, enquanto que na Europa não chegam a 4% ao ano.


Só para se ter ideia da disparidade, o mesmo Santander cobra, na Espanha, em torno de 3,5% ao ano de juros para o cartão de crédito. No Brasil chega a quase 300%. Há financeiras que chegam a cobrar mais de 900% ao ano.