PLR: adicional vem mesmo sem aumento do lucro

Publicado em: 08/10/2009
PLR: adicional vem mesmo sem aumento do lucro

 


São Paulo - A participação dos bancários na greve mais uma vez surpreendeu os banqueiros e mudou a atitude deles, que queriam impor aos trabalhadores perdas na Participação nos Lucros e Resultados (PLR). A proposta apresentada pela federação nos bancos, na noite de quarta-feira 7, prevê PLR de 90% do salário mais R$ 1.024, com teto de R$ 6.680. O valor pode ser majorado até que seja distribuído pelo menos 5% do lucro líquido, podendo chegar a 2,2 salários, com teto de R$ 14.696.



“Os banqueiros até acataram a reivindicação de proposta simplificada, mas que reduzia drasticamente os valores pagos os trabalhadores e isso não admitimos”, diz o presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino. “Então voltamos ao modelo antigo e conseguimos garantir que os bancários não recebam menos que no ano passado.”



O presidente do Sindicato destaca a retomada do teto de 15% na distribuição do lucro. “Os bancos queriam rebaixar esse teto para 4% e imputar aos trabalhadores enorme perda. Esqueceram que os bancários são gente de luta, que não se dobra, e foram obrigados a voltar atrás”, diz Marcolino, lembrando que o rebaixamento do teto para 4% poderia virar referência e comprometer até a PLR dos bancos públicos.



Adicional seguro – A greve que completa 15 dias na quinta-feira 8, arrancou dos banqueiros uma proposta de pagamento perene do adicional à PLR. O valor, de 2% do lucro líquido será distribuído de forma linear a todos os trabalhadores, com teto de R$ 2.100 tenha ou lucro crescido ou não. O valor não pode ser descontado dos programas próprios.



Até agora, o adicional só era pago nos bancos em que o lucro crescesse pelo menos 15%. “Com os altíssimos patamares dos resultados dos bancos no Brasil, a cada ano fica mais difícil atingir esse crescimento”, relata o presidente do Sindicato. “Este ano praticamente nenhum bancário receberia o adicional, já que os lucros não cresceram ou cresceram muito pouco”, informa Marcolino. De acordo com a antiga proposta dos banqueiros, os funcionários de dois dos maiores bancos do país receberiam cerca de 80% menos de participação nos lucros que em 2008. A “economia” geral seria de mais de R$ 1,2 bilhão.



Com a proposta conquistada, o pagamento fica garantido e não depende mais do crescimento do lucro, ou seja, os bancários não correm mais o risco de ficar sem o adicional. “Receber uma porcentagem do lucro é uma reivindicação dos bancários desde 2005, já garantida na PLR do Banco do Brasil (onde o pagamento é de 4% do lucro líquido sem teto). Essa proposta tem teto, mas por outro lado os bancários podem chegar a receber pela regra básica 2,2 salários que somados ao teto de R$ 2.100 representa um ganho importante”, avalia Marcolino.



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PLR - Como é hoje

Pagamento é vinculado ao crescimento do lucro líquido. Caso a regra fosse

mantida, veja quanto cada bancário receberia de valor adicional baseado

na variação do lucro líquido do primeiro semestre de 2008 e deste ano


Banco


LL 1º sem./08 (R$)


LL 1º sem./09 (R$)


PLR adicional(R$)


Bradesco


4.105.000


4.020.352


Nada


Itaú

Unibanco


5.582.000



4.585.732


Nada


Santander

Real


1.546.000



1.649.000


158


HSBC


767.877


249.761


Nada


Valores podem sofrer variações em função da mudança no número de funcionários



Elaboração: DIEESE Subseção SESE/Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região



 










































PLR - Como ficaria

Está desvinculado do crescimento do lucro líquido. O cálculo é assim:

pega-se 2% de lucro líquido do banco e distribui de forma linear entre os trabalhadores.

Veja no quadro quanto cada bancário receberia


Banco


LL 1º sem./08 (R$)


LL 1º sem./09 (R$)


PLR adicional(R$)


Bradesco


4.105.000


4.020.352


1.050


Itaú

Unibanco


5.582.000



4.585.732


1.050


Santander

Real


1.546.000



1.649.000


634


HSBC


767.877


249.761


209


Valores podem sofrer variações em função da mudança no número de funcionários. O pagamento refere-se à antecipação de 2% de lucro líquido de semestre com teto de R$ 1.050.

O adicional total, calculado após a divulgação do balanço anual pode chegar a R$ 2.100



Elaboração: DIEESE Subseção SESE/Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região

































































Quanto os bancários recebem de antecipação


Caso seja aprovada a proposta da Fenaban, os bancários receberão a antecipação da PLR que corresponde a 60% da regra básica limitado a R$ 4.008, acrescido do valor adicional de 2% do lucro líquido do primeiro semestre limitado a R$ 1.050 – veja simulação no quadro por faixa salarial nos bancos que pagam o adicional pelo teto – que serão pagos dez dias após a assinatura do acordo. Além disso, como a data base da categoria é 1º de setembro o índice de reajuste proposto de 6% é retroativo. Assim, as empresas terão de pagar diferenças nos salários e verbas como o tíquete refeição, cesta-alimentação e o auxílio-creche/babá


Salário


54%

do salário


Parte fixa


Total regra*


2% LL**


Total a receber***


1.250


675


614


1.289


1.050


2.339


2.000


1.080



614


1.694


1.050


2.744


2.500


1.350



614


1.964


1.050


3.014


5.000


2.700


614


3.314


1.050


4.364


8.000


4.320


614


4.008


1.050


5.057


*Na regra básica a antecipação da PLR é fimitado a R$ 4.008

**Teto do pagamento na distribuição de 2% do lucro líquido. Valor é apurado de acordo com o balanço do primeiro semestre de cada banco. Pagamento acima do teto e sem desconto de programa próprio.

***Total a receber na antecipação: regra básica + adicional




Elaboração: DIEESE Subseção SESE/Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e região