Pesquisa da FGV mostra que preocupação, estresse, tristeza e raiva cresceram mais no Brasil do que no mundo

“Felicidade foi embora”, o verso de uma canção popular, é uma frase incluída em uma pesquisa divulgada pela Fundação Getúlio Vargas intitulada Bem-Estar Trabalhista, Felicidade e Pandemia. Os dados mostram que o Brasil está longe do bem-estar e da felicidade, com “um grande salto de desigualdade” e queda do rendimento, pela primeira vez abaixo de R$ 1.000,00. O estudo da FGV mostra ainda crescimento da raiva entre os sentimentos da população. De 2019 para 2020, por exemplo, a “sensação de raiva” cresceu de 19% para 24% das pessoas. Foi um crescimento de cinco pontos percentuais, enquanto no mundo essa alta foi de 0,8 ponto, para 20%.

De acordo com a pesquisa, também aumentam os níveis de preocupação em relação aos demais países (diferença 3,6 pontos, para 62%), estresse (2,9, para 47%) e tristeza (2,2, para 31%). E cai o de divertimento (menos 6,8 pontos, para 66%). “Em suma, todos indicadores subjetivos cotidianos de bem estar considerados pioraram mais no Brasil na pandemia que a média dos 40 demais países”, diz ainda a fundação.

Na questão da desigualdade, houve acréscimo de três centésimos ao que a FGV chama de índice de Gini trabalhista, que foi a 0,674 no primeiro trimestre. Recorde na série histórica. Quanto mais perto de 1, maior a desigualdade.