Paulo Guedes volta a ameaçar fundos de pensão dos trabalhadores

Mais uma vez, o ministro da Economia Paulo Guedes volta as suas cargas contra os fundos de pensão dos trabalhadores de estatais, com claro intuito de beneficiar os bancos. A equipe econômica do governo Bolsonaro está preparando um projeto de lei (PL) que coloca em risco as entidades fechadas de previdência complementar (EFPC). Segundo matéria na imprensa, o texto da proposta já está em fase adiantada. O objetivo principal do projeto é permitir que os empregados de empresas públicas tenham a opção de fazer a portabilidade dos seus atuais planos de previdência complementar para qualquer instituição financeira, inclusive dos bancos privados.
O governo quer ainda extinguir a obrigatoriedade de representação paritária entre participantes e patrocinadores na gestão das entidades fechadas, reduzindo a participação dos trabalhadores na gestão dos seus recursos. Atualmente representantes eleitos pelos funcionários fazem parte dos conselhos e diretorias, como no caso da Previ, no Banco do Brasil e da Funcef, na Caixa Econômica Federal.
A desculpa do governo é de “impedir a gerência política nos fundos”, a mesma desculpada esfarrapada que foi usada para a criação da chamada “autonomia” do Banco Central, que na prática entregou a política monetária de juros ao cartel dos bancos, visto que a entidade agora é quem escolhe sua diretoria sem intervenção de governos. O atual presidente do BC, que sucedeu Ilan Goldfajn, do Itaú, é Roberto Campos Neto, executivo que trabalhou no Bozano Simonsen e, em seguida, no Santander, onde comandou o banco espanhol no Brasil durante 14 anos. O economista e é neto do ex-ministro da Fazenda durante o regime militar, Roberto Campos, um dos mentores do neoliberalismo no Brasil.
O sistema financeiro privado está de olho gordo na carteira ativa dos fundos de pensão das estatais, algo em torno de R$550 bilhões.