Pandemia impactou mais mulheres trabalhadoras

Publicado em: 01/04/2022
Pandemia impactou mais mulheres trabalhadoras

As mulheres foram as mais afetadas durante a pandemia de Covid-19. Na comparação do terceiro trimestre de 2019 e o mesmo período de 2021, o número de ocupadas reduziu, o rendimento médio mensal caiu e a subutilização profissional e o desalento aumentaram.


Os dados do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) mostram que o número de mulheres a partir dos 14 anos que tinham ocupação caiu de 40,7 milhões para 39 milhões. Assim, em 2021 havia 1,67 milhão de mulheres a menos com trabalho, das quais 1,21 milhão negras e 466 mil não negras e todas não conseguiam nova colocação.


Já o desalento, que é o desânimo para procurar emprego pela falta de perspectivas, cresceu 7,2%, saindo de 39,55 milhões para 42,39 milhões, um acréscimo de 2,84 milhões de trabalhadoras.


O rendimento médio mensal caiu 2,9% na pandemia. Outra desigualdade é no valor médio pago pela hora trabalhada. O homem recebe R$ 15,25. Já as mulheres, R$ 13,89. No recorte de subutilização, o percentual pulou de 29,3% para 33,3%.


Segundo Almir Aguiar, secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, “é importante observar os números, pois as estatísticas têm comprovado que a população negra é a mais discriminada no mercado de trabalho e, historicamente, a mulher negra é a que mais sofre discriminação, tanto nos cargos e como na remuneração”. Para Almir, isso se confirma no sistema financeiro, pois “além de a população negra ter uma presença pequena, em média ganha menos que o não negro, sendo a cor da pele um dificultador também para ascensão profissional; por isso precisamos que os bancos evoluam numa política de contratação de negras e negros no setor, para que possamos avançar em igualdade de oportunidades”.