Ossos e restos de peixe sendo disputados pelo povo escancaram miséria no país

Publicado em: 13/10/2021
Ossos e restos de peixe sendo disputados pelo povo escancaram miséria no país

As cenas revoltantes de famílias brasileiras disputando restos de alimentos que, no passado recente, eram doados para cachorros, como ossos de carne bovina, ou comprando restos de peixe, correram o mundo e expuseram um governo que não conseguiu sequer manter a exitosa política de erradicação da pobreza extrema implementada pelo ex-presidente Lula.


Mostraram também a ganância e desumanidade de parte do empresariado brasileiro que, de olho na demanda que cresceu por causa da miséria, resolveu explorar o povo. Um supermercado de Belém, no Pará, está vendendo restos de peixe (vísceras, espinhas e cabeças) a R$ 3,90 o quilo. Em Florianópolis, ao invés de doar ossos, como ocorre no Rio de Janeiro e em Cuiabá, um açougue começou a vender. Denunciado nas redes sociais e pressionado pelo Procon acabou voltando atrás.


No Distrito Federal, o presidente Jair Bolsonaro (ex-PSL) ignora o drama do povo mais pobre do país, jamais fala da fome. Enquanto a maioria da população vê seu poder de compra se esvair com a disparada da inflação, se endivida, sofre com o desemprego e os baixos salários, o governo continua adotando medidas que prejudicam ainda mais o orçamento das famílias.


Entre elas, permitir os sucessivos aumentos de combustíveis, aumentar os preços da conta de luz e acabar com os estoques públicos de alimentos - em uma década, esses estoques tiveram uma redução de 96% na média anual. Com isso, os preços dos produtos ficam à mercê da oferta e da procura do mercado e da oscilação no valor do dólar, sem interferência do Estado. É a tal política do Estado mínimo defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, que nada sabe sobre as necessidades do povo mais pobre do país e da classe trabalhadora.


Com exceção à elite brasileira e figuras como Guedes, que a cada dia que o dólar aumenta, engorda um pouco mais suas contas em paraísos ficais, a situação não está fácil para ninguém. O povo brasileiro, que não tem dinheiro em offshores, nem dinheiro em lugar nenhum, amarga um sofrimento não visto nem nos piores momentos de recessão do país.


E dados do Cadastro Único do próprio governo federal revelam que dois milhões de famílias passaram à condição de extrema pobreza durante o governo Bolsonaro. Atualmente são 14,7 milhões de pessoas que não tem o comer.