Novas alíquotas que os trabalhadores terão de pagar ao INSS vão de 7,5% a 22%. Hoje, as alíquotas vão de 8% a 11%

O plenário do Senado aprovou na terça-feira, 22/10, o texto base da proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 006/2019, nome oficial da Reforma da Previdência, por 60 votos a favor e 19 contra. No dia 23/10, os senadores votaram as emendas e depois marcaram a data da promulgação, divulgação oficial.
Entre as mudanças de regras que prejudicam os trabalhadores, estão o fim da aposentadoria por tempo de contribuição, a obrigatoriedade de idade mínima de 65 anos para homens e 62 anos para mulheres se aposentarem, mudança nos cálculos dos valores dos benefícios que serão menores tanto para aposentadoria como para pensão das viúvas, viúvos e órfãos e alíquotas de contribuição ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) mais altas.
Atualmente, os trabalhadores pagam alíquotas de até 11% sobre o salário ao INSS. Com a reforma, as alíquotas poderão ser de até 22%.
O Governo e o Presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), fizeram discursos ufanistas, elogiando a aprovação e afirmando que a reforma é boa para os mais pobres. Alcolumbre disse que a reforma corrige equívocos, combate privilégios e faz 'justiça social com aqueles que mais precisam'.
Ele ignora que os trabalhadores vão pagar mais e receber menos, diz a técnica da subseção do Dieese da CUT Nacional, Adriana Marcolino. De acordo com ela, o trabalhador que ganha um salário mínimo (R$ 998,00) vai pagar com 5% a menos por mês ao INSS, mas com o aumento do tempo de contribuição de 35 anos para 40 anos para receber aposentadoria integral vai ter de contribuir 25% a mais ao longo da vida.