Mobilização dos empregados faz CEF negociar jornada de trabalho

Na negociação permanente entre representantes dos empregados e a Caixa realizada na quarta-feira 24, em Brasília (DF), a empresa mais uma vez não avançou na discussão de jornada e Plano de Cargos Comissionados (PCC), mas assumiu o compromisso de abrir negociação sobre a redução da jornada para os ocupantes de cargos técnicos e de assessoramento, adiando assim a implantação dessa proposta, prevista para ocorrer hoje.
Na reunião com a empresa, os dirigentes sindicais reafirmaram a reivindicação de respeito a jornada de seis horas para todos os trabalhadores, sem redução salarial, deixando claro, mais uma vez, que não assinará acordo aditivo com diminuição de salários.
Os dirigentes sindicais reivindicaram o imediato pagamento de parcela complementar da Participação nos Lucros e Resultados (PLR), dado que o lucro líquido da Caixa em 2009 foi maior que a projeção apresentada durante a campanha salarial do ano passado.
Os trabalhadores avaliam que o crédito dessa complementação serviria como forma de estímulo à equipe, sem a qual esses relevantes resultados não seriam sequer obtidos.
Veja a seguir os outros temas negociados:
PCS: promoção por merecimento - Ainda carece de definição final o estabelecimento dos critérios de avaliação de desempenho para a promoção por merecimento no Plano de Cargos e Salários (PCS), relativos ao ano de 2009.
A Caixa ficou de analisar a proposta dos representantes dos empregados na comissão do PCS a respeito da distribuição dos deltas, em substituição à sistemática atual, que define previamente um percentual de empregados com delta zero. Essa proposta prevê uma determinada nota de corte, para que todos os empregados acima dessa nota passem a ter a garantia da percepção de pelo menos um delta.
A preocupação dos bancários é de que haja um retardamento ainda maior nesse processo, o que poderá causar prejuízos aos empregados.
As entidades cobraram novamente a realização de eleições para as Comissões Internas de Prevenção de Acidentes (Cipas) em um único período em todo o país. A Caixa alega dificuldades de viabilizar tecnicamente essa proposta, reivindicando que as eleições dos cipeiros sejam realizadas pelo sistema de ondas. Para isso, a empresa ficou de apresentar à Contraf/CUT – CEE/Caixa uma sugestão de cronograma, a ser negociado posteriormente.
Reestruturação das retaguardas das agências e filiais - Outro foco da reunião esteve relacionado às mudanças previstas para as retaguardas das agências (Ret/PVs). A Contraf/CUT – CEE/Caixa levantou preocupação quanto à reestruturação que vem sendo promovida pela empresa nas áreas-meio, estando previsto ainda um enxugamento das filiais, com a concentração de atividades. Isso permitirá que muitos empregados percam suas lotações, ocorrendo também a extinção de inúmeras funções.
Da mesma forma, o processo de extinção das Ret/PVs está causando instabilidade entre os empregados, que estão preocupados com o seu futuro dentro da empresa.
Além do problema que envolve diretamente os empregados lotados nessas áreas, essa reestruturação poderá comprometer o serviço prestado por algumas dessas áreas, como é o caso das Gerências de Filial de Pessoas (Gipes), que, segundo rumores, passariam das atuais quinze para cinco em todo o país. Essas estruturas são relativas ao Saúde Caixa e à saúde do trabalhador.
A Contraf/CUT – CEE/Caixa manifestou intenção de conhecer o modelo para as filiais, desejando também opinar sobre o processo. A Caixa ficou de encaminhar o pleito junto à área técnica.
Segurança bancária - Foi feito um registro sobre a falta de segurança nas casas lotéricas e agências. A Central Única dos Trabalhadores (CUT) vai encaminhar uma proposta ao Ministério do Trabalho e do Emprego para a criação de norma regulamentadora sobre segurança no sistema financeiro.
Fonte: Fenae