MAIS EMPREGO E MENOS SAÚDE - Cerca de 37% reclamam de problemas de saúde

Publicado em: 21/01/2011
MAIS EMPREGO E MENOS SAÚDE - Cerca de 37% reclamam de problemas de saúde

    A expansão do emprego no Brasil está crescendo. Essa é uma das cons-tatações do estudo do Sistema de Indicadores de Percepção Social - Direitos do Tra-balhador e Qualificação Profissional, divulgado ontem, dia 19, pelo Instituto de Pes-quisa Econômica Aplicada (Ipea).

    “O emprego está crescendo forte no país, pelo menos desde 2004”, disse o técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea, André Gambier Campos.

    De 1999 a 2003, a média de criação de empregos formais no país foi de 650 mil, de 2004 a 2009, essa média dobrou para 1,3 milhão de empregos. Em 2010, chegou a 2,136 milhões.


O estudo mostra também, que há cada vez menos pessoas fazendo horas extras no país, uma questão que aparecia com frequência na Justiça do Trabalho.

    De acordo com Campos, o problema maior hoje nas empresas são as questões relacionadas à segurança e saúde no trabalho.

    Segundo a pesquisa, cerca de 37% dos empregados com carteira assinada relatam problemas que afetam sua saúde ou mesmo sua vida no local de trabalho. “É um percentual muito alto”, analisou o técnico do Ipea.

    Dentre os que relatam problemas, menos da metade recebe adicional de insalubridade ou de periculosidade, benefícios previstos nas normas trabalhistas.

    Os pesquisadores do Ipea se surpreenderam com as respostas obtidas das 2.770 pessoas, entrevistadas nas cinco regiões brasileiras, relativas a atitudes de discriminação e de assédio moral no ambiente de trabalho.

    Entre os assalariados com carteira assinada, 8,3% relataram problemas no local de trabalho, (não necessariamente com eles), mas dos quais tomaram conhecimento a respeito de atitudes discriminatórias de um representante da empresa.

    Em relação ao assédio moral, cerca de 4,9% dos empregados disseram ter tido problemas desse tipo.

    “É satisfatório quando sabemos que o Brasil está crescendo em nível de emprego, mas é constrangedor, saber que as empresas continuam abusando dos seus trabalhadores como se fossem máquinas para atingirem seus lucros”, afirma o diretor do Sindicato Sávio Barcellos.