Maioria dos bancários tem curso superior, MBA ou pós-graduação

Publicado em: 16/11/2009
Maioria dos bancários tem curso superior, MBA ou pós-graduação

No setor bancário, 48,4% dos funcionários são mulheres e 51,6% são homens, porcentuais próximos aos da População Economicamente Ativa (PEA), na qual as proporções são de 50,8% e 49,2%, respectivamente. No estoque de empregos formais (RAIS 2007) essa proporção é de 40,8% e 59,2% respectivamente.



Dentre os funcionários, 65,5% dividem-se em duas faixas etárias: de 25 a 34 anos (34,8%) e de 35 a 44 anos (30,7%), sendo que até 34 anos a predominância é de mulheres, atestando o forte ingresso delas nos bancos; 19% dos funcionários são negros, enquanto na PEA somam 35,7% e no mercado formal (RAIS), 31,9%.



Esses dados constam da Pesquisa em Recursos Humanos Melhores Práticas e Censo da Diversidade, desenvolvida pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), com o objetivo de fazer um mapeamento da diversidade no setor. E apontou também um alto nível de escolaridade, com 66,5% dos bancários com superior completo, pós-graduação ou MBA. No mercado formal, esse percentual é de apenas 15,5%



Há uma notável mobilidade educacional dos bancários. Daqueles que tinham apenas o ensino fundamental quando foram admitidos, 51,94% atingiram o ensino superior e 8,46% fizeram alguma pós-graduação. Daqueles que tinham até o ensino médio, 64% chegaram ao ensino superior e 9% à pós-graduação.





Políticas da diversidade





Nos últimos anos, aumentou o porcentual de funcionários negros com até 3 anos de trabalho no setor, atingindo 66,5%. Isso reflete as políticas de diversidade já em curso nos bancos.



O crescimento da presença de negros nos bancos é relevante ao se constatar a baixa rotatividade dos empregados do setor: 9,1% têm até um ano de emprego. No mercado de trabalho formal esse percentual de rotatividade é de 33%, o que demonstra o elevado tempo de permanência da maioria dos bancários no setor; 38,2% dos funcionários brancos tiveram três ou mais promoções.



Entre os pardos, o percentual é de 35,8% e entre os negros, de 28,8%. “O objetivo é utilizar os dados para sabermos qual o cenário real do setor e, a partir daí, implantar políticas que promovam a igualdade de oportunidades e a diversidade nas instituições financeiras”, afirma Mário Sérgio Vasconcelos, diretor de Relações Institucionais da Febraban.





408 mil bancários





Os bancos envolvidos no projeto empregam 408,9 mil dos 435 mil bancários no país. Desses, 204,1 mil (49,9%) responderam às perguntas do censo, que foram elaboradas pela Febraban com a cooperação de representantes da Organização Internacional do Trabalho (OIT), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA), do Ministério Público do Trabalho e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT).



A iniciativa contou com a assessoria do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e foi tema de várias Audiências Públicas na Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.



O censo permitirá aprimorar e acelerar um trabalho que já está em curso no setor, uma vez que a maioria dos bancos inclui critérios de diversidade no recrutamento e já registra impactos positivos no rendimento dos funcionários e na percepção dos clientes, relata Vasconcelos. Alguns bancos também começam a incluir cláusulas de valorização da diversidade em contratos com seus fornecedores e parceiros.



FONTE : JORNAL CRUZEIRO DO SUL