Itaú-Unibanco - Reajuste no piso de escriturários e caixas

Na negociação ocorrida ontem entre a Contraf-CUT e o Itaú Unibanco em São Paulo, dirigentes sindicais cobraram mais uma vez igualdade de direitos entre os trabalhadores dos dois bancos no processo de fusão.
A resposta foi positiva, pois os escriturários e os caixas do Unibanco receberão um aumento a mais de 6% por conta da equiparação salarial com os bancários do Itaú em novembro.
O salário inicial dos escriturários do Unibanco passará de R$ 1.089,49 para R$ 1.156,50, valor pago no Itaú, o que equivale a um reajuste de 6,15%. No caso do piso dos caixas do Unibanco, o valor subirá de R$ 1.538,98 para R$ 1.634,63, representando ganho de 6,21%.
O banco também anunciou a isenção das tarifas, que será estendida aos bancários originários do Unibanco. No caso dos juros do cheque especial, também será adotada a taxa praticada hoje no Itaú, a mais baixa entre as duas. Já as taxas de crédito imobiliário seguirão os valores vigentes no Unibanco, também os mais baixos.
Plano de saúde: Outra discussão importante girou em torno da unificação do plano de saúde. Os trabalhadores discutiram com o banco a elaboração de uma proposta que será depois apreciada pelos trabalhadores em assembléias para a construção de um acordo coletivo sobre o tema.
Emprego
Na negociação, os trabalhadores pediram explicações sobre as declarações do presidente da empresa, Roberto Setúbal, ao blog do jornalista Guilherme Barros, de que contratará entre 13 mil e 14 mil novos trabalhadores.
A cobrança dos dirigentes sindicais ocorreu no mesmo dia em que houve o anúncio do balanço do banco no terceiro trimestre, que mostrou um lucro de R$ 6,853 bilhões, um aumento de 15,5% em relação ao ano passado, e a redução de 6.062 postos de trabalho desde o início da fusão entre Itaú e Unibanco, há exatamente um ano.
O banco se limitou a descartar a existência de qualquer processo de demissão em massa e de fechamento de agências. "Uma fusão lucrativa, como já demonstrou ser essa entre Itaú e Unibanco, não pode gerar perdas de qualquer tipo para os trabalhadores. A redução de postos de trabalho está aumentando a sobrecarga de trabalho dos funcionários, levando a stress e adoecimento. É preciso proteger os empregos e ainda contratar mais bancários para melhorar as condições de trabalho e saúde de todos", afirma Carlos Cordeiro.
Uma nova rodada de negociação foi marcada para o próximo dia 16 de novembro. Serão discutidos outros pontos da equiparação de direitos para os funcionários dos dois bancos.