Itaú Unibanco, Bradesco e Santander fecharam 9.902 postos de trabalho em 2009

Publicado em: 23/02/2010
Itaú Unibanco, Bradesco e Santander fecharam 9.902 postos de trabalho em 2009

Os três maiores bancos privados que operam no País (Itaú Unibanco, Bradesco e Santander) fecharam 9.902 postos de trabalho em 2009. Esses cortes, no entanto, não são reflexos de desempenhos ruins dessas empresas, que,  pelo contrário, apresentaram um lucro líquido superior a R$ 24 bilhões, ampliaram o número de agências e a base de clientes, conforme aponta um estudo elaborado pela Contraf-CUT e pelo Dieese com base nos balanços das empresas.

O Itaú Unibanco foi o que mais lucrou e o que mais cortou empregos no ano passado, fechando 7.176 postos de trabalho. O Santander cortou 1.652 empregos e o Bradesco 1.074.

"Os grandes bancos privados estão andando na contramão da economia brasileira. No ano passado, apesar do reflexo da crise nos primeiros meses, o Brasil criou 955 mil novos empregos. Não podemos aceitar que o sistema financeiro, que não foi atingido pela crise e continua com esse imenso lucro, reduza    postos   de   trabalho” afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT.

A política de corte de empregos dos bancos privados também destoa dos bancos públicos, que estão contratando trabalhadores para fazer frente à expansão de suas atividades no mercado financeiro. 



Rotatividade para reduzir salários




A pesquisa realizada trimestralmente pela Contraf-CUT e pelo Dieese com base  nos  dados do   Cadastro  Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do  Trabalho  mostra que, além de terem cortado postos de trabalho, os bancos privados estão utilizando a rotatividade de mão-de-obra para reduzir a remuneração de seus funcionários.

Os desligados de janeiro a setembro de 2009 recebiam remuneração média de R$ 3.494,25. Já os contratados têm remuneração média de R$ 2.051,80, o que representa uma diferença de 41,28%, ou seja, quase a metade.

"Os bancos querem reduzir custos cortando empregos e diminuindo a remuneração dos bancários. Tentaram fazer isso na campanha salarial do ano passado, quando quiseram reduzir a participação nos lucros e resultados (PLR) de toda a categoria para aumentar os bônus dos altos executivos. Os bancários tiveram de fazer a greve nacional de duas semanas para impedir o corte na remuneração", destaca Carlos Cordeiro.



Fonte: Contraf-CUT