I Conferência do Estado do RJ aprova resoluções a serem apresentadas à Conferência Nacional em setembro

A Conferência Estadual de Bancários e Bancárias do Rio de Janeiro, organizada pela Federa-RJ, teve inicio na manhã do último sábado, dia 14/08 e contou com mais de 200 participantes, entre eles os presidentes dos sindicatos filiados: Marcos Alvarenga, de Petrópolis; Jorge Antônio, de Niterói; Rafanele Pereira, de Campos dos Goytacazes; Cláudio Mello, de Teresópolis; José Ferreira, do Rio de Janeiro; Júlio Cunha, do Sul Fluminense. Nas falas de abertura do evento, entre os presidentes o consenso sobre a necessidade de defender a democracia, resistir ao ataque aos direitos, enfrentar as mudanças no mundo do trabalho, defender os bancos públicos, a saúde e a vida de bancários e bancárias.
As centrais sindicais também foram representadas na Conferência saudando a iniciativa da Federa-RJ. Sandro Cezar, da CUT-Rio; Paulo Farias, o Paulinho, da CTB; e Sérgio Ribeiro da CSP Conlutas, ressaltaram a importância da categoria bancária e sua organização nacional na luta dos trabalhadores e trabalhadoras, e a urgência de reação aos ataques atuais.
Saúde e conjuntura política, foram os temas das mesas na manhã de sábado na Conferência Estadual de Bancários e Bancárias do Rio de Janeiro.
No debate sobre saúde, o diretor Nacional de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles, avaliou que o tema, que sempre foi central para a categoria com discussões como a saúde mental e LER/Dort, se aprofundou na pandemia e com atual mudança do modelo de negócios. Lembrou toda a mobilização realizada pelo Comando Nacional em 2020 para exigir adoção de protocolos de prevenção e que o desafio persiste no momento em que os bancos querem antecipar a volta de todos ao trabalho presencial mesmo diante do alarmante número de mortes e quando a variante Delta se espalha pelo país. Salles considera irresponsável a volta a uma falsa normalidade nesse momento, ressalta a necessidade de implementar a vacinação da categoria, já prevista no Plano Nacional de Imunização mas não efetivada em muitas cidades e reforça a importância da caracterização da Covid-19 como doença do trabalho.
A análise de conjuntura, realizada pelos vereadores do PT Reimont e Lindbergh Farias, do representante do PCdoB, Uirtz Sérvolo e da presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, apontou o tamanho da crise vivida no país, mas trouxe também esperança. Para Reimont, “Vivemos um novo horizonte com possibilidade de reação ao fascismo e à falta de diálogo”. Uirtz Sérvolo, ressaltou as recentes vitórias do campo progressista no cenário internacional. Já Lindbergh Farias, concordando que vivemos momento de virada, alertou que, “É preciso evitar novo golpe. Temos que apostar na organização popular, aprender com a história e os bancários têm papel importante nesse cenário”. Juvandia Moreira, considerou inadmissível a situação do país com mais de 20 milhões de pessoas na miséria e a insensibilidade do governo diante das 600 mil mortes, reforçou a responsabilidade do movimento sindical: “Nosso desafio é lutar por um país mais justo e soberano”.
Conjuntura econômica, balanço dos bancos e o financiamento ao desenvolvimento regional, esse foi o tema da palestra do economista do Dieese, Fernando Amorim, que abriu a segunda parte da Conferência Estadual dos Bancários(as) na tarde de sábado, 14/08.
Além de ressaltar os enormes lucros dos bancos privados mesmo durante a pandemia, o economista destacou a urgência e necessidade de estancar o desmonte dos bancos públicos, dado principalmente a presença deles no interior dos estados, como únicas instituições financeiras para atender à população. Adriana Nalesso, presidenta da Federa-RJ, lembrou que, “Não interessa aos bancos privados servir à população com menor poder aquisitivo, nem oferecer créditos com taxas mais baixas. Mesmo trabalhando com a lógica dos bancos privados, os bancos públicos precisam atentar para o seu caráter de desenvolvedor de políticas públicas”.
Após o debate teve início a aprovação das propostas que serão levadas para a Conferência Nacional nos dias 03 e 04 de setembro. Entre elas estão medidas em defesa do emprego, da saúde e dos bancos públicos. Foi aprovada ainda a participação nas manifestações dos dias 18 de agosto e 07 de setembro.
“A primeira Conferência Estadual organizada pela nova Federação do Rio de Janeiro, a Federa-RJ, foi uma demonstração de união e organização da categoria, com ampla participação e reflexões importantes sobre nossos desafios. Os sindicatos filiados vão à Conferência Nacional mais fortes”, afirma Adriana Nalesso.
Finalizando a Conferência Estadual, foram eleitos 122 delegados(as) que participarão da Conferência Nacional. Os diretores do SindBancários Petrópolis, Augusto Quintella, Cláudia Botelho, Marcos Alvarenga e Luis Cláudio Rosa, representarão nossa Entidade na Conferência Nacional.