Força da greve nacional arranca negociação com Fenaban hoje

Publicado em: 13/10/2011
Força da greve nacional arranca negociação com Fenaban hoje

  Após 16 dias de greve nacional, a Fenaban rompeu nesta quarta-feira dia 12/10 o silêncio e decidiu retomar as negociações com o Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, marcando nova rodada para hoje, às 16 horas, em São Paulo. O agendamento ocorre um dia depois da reunião do Comando Nacional, em São Paulo, que decidiu fortalecer e ampliar ainda mais as paralisações.



   "Foi a força da greve, que paralisa mais de 9 mil agências de bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal, que reabriu finalmente o diálogo e agora esperamos que os bancos venham para a mesa de negociações com uma proposta decente que atenda as justas reivindicações da categoria", afirma Carlos Cordeiro, presidente da Contraf-CUT e coordenador do Comando Nacional.



  A greve, que já é a maior da categoria nos últimos 20 anos, foi deflagrada no dia 27 de setembro, depois que as assembleias dos sindicatos rejeitaram a proposta de reajuste de 8% feita pela Fenaban.

Os bancários reivindicam reajuste de 12,8% (aumento real de 5% mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, extinção da rotatividade, fim das metas abusivas, combate ao assédio moral, segurança contra assaltos e sequestros, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento dos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.



   Os bancos brasileiros são os que mais lucram na América Latina. No entanto pagam um piso salarial menor do que o recebido por argentinos e uruguaios, mas, pagam bônus milionários para seus altos executivos, os maiores do continente.



  Um país em que os altos executivos dos bancos chegam a ganhar até 400 vezes mais que o piso da categoria, não pode ser chamado de justo", sustenta o dirigente sindical. "Os bancos utilizam a alta rotatividade do mercado de trabalho, muito maior que em outros países, para reduzir a massa salarial dos bancários", denuncia.


Negociações com BB e Caixa



   Após a rodada com a Fenaban, o Comando Nacional, assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil e pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa Econômica Federal, retomará as negociações com as direções dos dois bancos federais para discutir as pautas específicas de reivindicações e cobrar avanços para os trabalhadores.