Fim da emergência sanitária prejudica ações de prevenção à Covid-19

No dia 11/04, membros do Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional da OMS, responsável por avaliar o cenário da pandemia, concluíram que ainda não é o momento de rebaixar a classificação da Covid-19. A decisão foi anunciada na quarta dia 13/04.
Embora o cenário seja otimista, os membros do comitê entenderam que a Covid-19 ainda afeta negativamente a saúde das populações em todo o mundo, e há um risco contínuo de disseminação internacional. Por isso, existe a necessidade de uma resposta coordenada entre os países. Apesar disso, o Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, anunciou na última segunda-feira 18/04, o fim da “Emergência de Saúde Pública de Importância Nacional (Espin)” decretado pelo Governo Bolsonaro no domingo, 17/04, “nenhuma política de saúde será interrompida”, fato é que a decisão tomada irá impactar negativamente nas ações de estados e municípios de prevenção à Covid-19.
Na avaliação de Chrystina Barros, pesquisadora em gestão de saúde da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com a saída do caráter de urgência, as políticas públicas devem continuar focadas em garantir condições de diagnóstico, atendimento e vigilância epidemiológica.
A pesquisadora alerta ainda sobre a cautela em relação à mensagem central que pode ser compreendida pela população com o encerramento da situação de emergência. “Nós precisamos ter cuidado para que ao dar o alerta agora de uma endemia, de uma doença que faça parte do nosso dia a dia ao invés de uma pandemia, isso não traga o relaxamento das medidas de vigilância. Isso não pode trazer o relaxamento da população em um momento que ainda estamos enfrentando surtos e ondas referentes a novas cepas, ainda é tempo de atenção”, destaca.