Federa/RJ cobra de superintendente fim do assédio moral no Banco do Brasil

Dirigentes da Federação Estadual das Trabalhadoras e Trabalhadores do Ramo Financeiro (Federa-RJ), do Sindicato dos Bancários do Rio e da Comissão de Empresa dos Funcionários (CEBB) estiveram reunidos, no último dia 20, com o superintendente do Banco do Brasil responsável pelo Rio de Janeiro, Minas e estados da Região Sul, José Soares de Oliveira Neto.
Participaram do encontro, a presidenta em exercício do Sindicato do Rio, Kátia Branco, a presidenta da Federa/RJ, Adriana Nalesso, a representante da CEBB, Rita Mota, e o diretor do Sindicato do Rio, Júlio César. Os dirigentes listaram, ainda, como parte do assédio o mau uso da GDP e do programa de metas, o Conexão.
Pressão pelo WhatsApp - Instrumento de assédio
O tema central enfocado pelos representantes dos funcionários foi o assédio moral, usado como instrumento de pressão para forçar o atingimento de metas, feito de inúmeras formas, entre elas o envio sistemático de mensagens via WhatsApp. Soares disse que formas de pressão como essa não seguem orientação do BB, se comprometendo a resolver a questão. Se colocou à disposição também para solucionar outros problemas verificados no banco pelas entidades sindicais.
“O grande problema da GDP é que foi criada como ferramenta para aprimorar a qualidade do serviço, mas acaba sendo um elemento para punir o funcionário com o descomissionamento, funcionando como uma forma de assédio”, afirmou Rita Mota. Em relação ao Conexão, o maior problema está no fato de que o programa estabelece metas na maioria das vezes inalcançáveis, gerando, também, assédio moral e adoecimento.
Para o diretor do SindBancários Petrópolis e funcionário do BB, Marcos Alvarenga, a cobrança de metas e monitoramento dos resultados por Whatsapp fere a cláusula 39 da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), “Ao colocar mensagens em grupos de Whatsapp de funcionários, destacando aqueles que batem as metas, automaticamente o banco expõe também aqueles que não o fizeram. O que caracteriza sim, um ranking individual. Fato que produz um ambiente tóxico com a prática de assédio moral que, sabemos, leva as pessoas a adoecerem”.
”Estamos no final do Setembro Amarelo, que é um mês de conscientização sobre a prevenção do suicídio. O alto nível de demandas, a pressão por metas, as longas jornadas, a competição e a falta de reconhecimento, são alguns dos fatores que contribuem para o adoecimento psíquico que pode levar ao suicídio”, salienta Alvarenga.