Famílias mais pobres sofrem mais com inflação maior

Pelo segundo mês seguido a inflação das famílias mais pobres é maior que a das famílias de renda mais alta, aponta o indicador “Inflação por faixa de renda”, divulgado na segunda-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
A pressão maior dos preços para os mais pobres não é um movimento único desses meses: o índice acumulado em 12 meses também é maior. Impostos pesam mais para os pobres e reformas deveriam ampliar taxação de super-ricos, aponta estudo.
Em maio, as famílias com rendimento domiciliar de até R$ 1.650,50 enfrentaram uma inflação de 0,92%. Já nos lares com renda entre R$ 8.254,83 e R$ 16.509,66, a inflação foi de 0,44%. No Brasil do governo Bolsonaro, a injustiça social impera e as famílias mais pobres sofrem.
“As famílias de renda mais baixa têm inflação maior pelo segundo mês seguido. Só que por motivos diferentes. Em abril, o foco foi medicamentos. E em maio o foco foi energia elétrica”, explica a economista Maria Andréia Parente, técnica do Ipea responsável pela pesquisa.
Quase metade da alta da inflação (46%) para os mais pobres em maio veio do grupo habitação, com impacto de 0,42 ponto percentual da taxa de 0,92%. As principais pressões vieram de energia elétrica (5,4%), tarifa de água e esgoto (1,6%), gás de botijão (1,2%) e gás encanado (4,6%).
Com a alta maior em maio, a inflação acumulada em 12 meses das famílias mais pobres (8,91%) se distanciou ainda mais das famílias mais ricas (6,33%).