Esvaziamento dos fundos de pensão é um negócio apetitoso

Publicado em: 09/06/2021
Esvaziamento dos fundos de pensão é um negócio apetitoso

Um negócio que rende R$ 12,5 bilhões ao ano despertou o desejo do ministro da Economia, Paulo Guedes. É o quanto renderia a quantia de R$ 1 trilhão acumulado pelos 290 fundos de pensão fechados. Para tanto, é necessário que esses fundos, patrocinados por empresas privadas, estatais e órgãos públicos para seus empregados, sejam esvaziados.


A operação que está em curso é denunciada no artigo de Marcel Barros é vice-presidente da Associação Nacional dos Participantes de Previdência Complementar e de Autogestão em Saúde (Anapar), e José Ricardo Sasseron ex-presidente da Anapar. “O negócio é apetitoso. Os autores explicam que, com a Reforma da Previdência de 2019, proposta por Bolsonaro e aprovada pelo Congresso Nacional, um poderoso lobby do sistema financeiro conseguiu incluir na Constituição Federal a possibilidade de administrar os planos de previdência dos servidores públicos, que tendem a ser os maiores do país em alguns anos. O governo aproveita para atacar também os planos patrocinados por empresas públicas ou de economia mista no caso da Previ, Funcef, Petros, Postalis e outros, que são os maiores em patrimônio”, alerta o artigo.


Os participantes dos atuais planos poderiam, de acordo com as mudanças pretendidas pelo Governo, poderiam optar pelos fundos de pensão existentes ou por outros que sejam oferecidos por bancos aos quais as empresas patrocinadoras tenham aderido. Assim, os atuais planos seriam esvaziados.


Por anos, os trabalhadores conquistaram o direito da gestão paritária dos atuais planos, o que garante algum grau de proteção aos participantes. “É esta proteção que o atual governo quer destruir, para facilitar a destruição dos planos de previdência e a transferência de centenas de bilhões de reais para a gestão dos bancos“, destaca o artigo.