Emprego é tratato com descaso pela Fenaban

Publicado em: 09/09/2010
Emprego é tratato com descaso pela Fenaban

Ontem, o Comando Nacional dos Bancários e a Fenaban se reuniram para a terceira rodada de negociação em São Paulo.

    Os representantes dos bancários ficaram decepcionados com o descaso dos banqueiros referente ao tema  EMPREGO.

    Os bancos deixaram claro que não consideram prioridade discutir proteção contra demissões imotivadas, mais contratações e o fim dos correspondentes bancários. A discussão  prossegue hoje, e a expectativa e de que haja avanços na negociação.

    “Infelizmente a postura dos bancos é sempre desagradável quando se fala do TRABALHADOR, esperamos que no decorrer das negociações tenhamos um pouco mais de valorização”, afirma o presidente do Sindicato Luiz Claudio Rocha.


 


OUTROS TEMAS ABORDADOS:




Terceirização



Este tema será discutido na mesa temática sobre terceirização, que já realizou quatro reuniões este ano. Nos debates acumulados até agora, foram identificadas as diversas áreas onde ocorrem as terceirizações, número de trabalhadores envolvidos, acordos específicos com determinados bancos onde efetivamente se manteve os serviços dentro da própria categoria, demonstrando a possibilidade de acompanhamento pelo conjunto dos bancos.



A Contraf-CUT apresentou uma listagem de áreas terceirizadas (back office, tesouraria, compensação, call center, Internet banking, abertura e processamento de contas correntes, gestão eletrônica de documentos e processamento de empréstimos/crédito/crédito imobiliário). Ficou acertada a escolha inicial de uma delas pela Fenaban para iniciar os debates. Os trabalhadores cobraram dos bancos o compromisso de, ao final da Campanha Nacional 2010, informarem a área escolhida para que seja possível iniciar o quanto antes o debate sobre a desterceirização.



Correspondentes bancários



A reivindicação dos bancários, aprovada na 12ª Conferência Nacional, é universalizar os serviços bancários e acabar com este tipo de bancarização que discrimina as pessoas pela renda. "Os correspondentes bancários têm sido usados pelos bancos para reduzir custos, precarizar e segmentar o atendimento, empurrando para padarias, açougues, farmácias, entre outros, os clientes de baixo poder aquisitivo, enquanto mantêm nas agências e postos os clientes de maior renda. Isso na verdade é bancarizar sem bancários e sem segurança", critica Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT, que esteve presente na negociação. "Recentemente, temos ainda o exemplo mais drástico da Caixa, que começou um novo modelo de correspondente que se assemelha a uma franquia. Essa não é a bancarização que a sociedade quer", completa.



Nas negociações desta quarta-feira, os bancos defenderam o modelo em que há correspondentes bancários e não-bancários. Para eles, correspondente não-bancário não é banco, mesmo recebendo documentos para abertura de contas, fazendo pagamentos e outros serviços bancários, o que foi contestado pelos representantes do Comando Nacional.



Discriminação



Os trabalhadores também cobraram dos bancos soluções para as barreiras que dificultam a entrada e ascensão profissional de mulheres e negros nos bancos. Segundo dados da Pesquisa de Emprego Bancário, feita em parceria entre a Contraf-CUT e o Dieese, embora o número de mulheres e homens admitidos esteja bem equilibrado (50,3% e 49,7%, respectivamente), a remuneração inicial é visivelmente inferior para as trabalhadoras: R$ 1.770,00 contra R$ 2.600 dos bancários.



"Existe uma desigualdade grande, que fica clara ao olharmos estes números. Um outro problema grave é a discriminação na ascensão profissional. Segundo estudos, apenas 5 a 10% ocupam cargos superiores nos bancos", afirma Juvândia Moreira Leite, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo. Ficou acertado entre bancários e Fenaban que o tema será retomado antes do final das negociações da Campanha 2010.



O debate prosseguirá nesta quinta-feira 9, a partir das 10h.