Em ofício, Contraf-CUT cobra metas sobre emprego ao Banco Central

A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) enviou ofício ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na última sexta-feira (17).
No documento, a Contraf-CUT questiona quais as medidas adotadas pela autarquia para garantir o pleno emprego e o crescimento econômico no país. O ofício lembra que essas são também obrigações que estão presentes na Lei Complementar 179/2021, em parágrafo que descreve as atribuições do Banco Central.
A presidente da Contraf-CUT, Juvandia Moreira, explicou que “os dados sobre o impacto da política monetária sobre o emprego, que são fundamentais para toda a sociedade, nunca estão presentes nas atas publicadas pelo Copom, o Comitê de Política Monetária do BC”. E completou:
“Comprovando novamente que, ao longo dos anos, o Banco Central vem servindo apenas aos interesses dos rentistas do mercado financeiro, dos ricos que usam seus recursos para comprar títulos e viver de especulação. Os interesses da população estão sendo ignorados”.
A taxa básica de juros (Selic), mantida em níveis elevados pelo Banco Central, acaba gerando menos investimentos nos setores produtivos do país e, consequentemente, acarreta a diminuição da oferta de empregos.
A Contraf-CUT ainda destaca que, além de colaborar para a recessão e desemprego, a manutenção dos juros elevados não foi capaz de conter os níveis de inflação dentro das metas estipuladas, nos últimos dois anos, “haja vista, que o índice de inflação registrado tem sua origem em preços administrados e, também, em externalidades, tais como o conflito bélico entre Rússia e Ucrânia e nas mudanças climáticas globais”.