Depois de seis anos, ministro do STF admite: Dilma foi vítima de um golpe de estado

Seis anos depois que Dilma foi destituída de um mandato legitimamente conquistado nas urnas, um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que nada fez para impedir a ilegalidade, reconhece o golpe.
O “motivo real” de impeachment de Dilma foi falta de apoio político, não pedaladas, afirmou o ministro Luís Roberto Barroso, em artigo para a edição de estreia da revista do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), como mostra a colunista Mônica Bergamo. "A justificativa formal foram as denominadas 'pedaladas fiscais', violação de normas orçamentárias, embora o motivo real tenha sido a perda de sustentação política", afirmou Barroso no texto.
Fazer impeachment contra um presidente com base falsa e inexistente é, por definição, um golpe. Era óbvio na época que o motivo não tinha nada a ver com “pedaladas”, mas a grande mídia se uniu em apoio, e não se ouviu dissidência. Este foi um ataque grave à democracia brasileira”, comentou o jornalista Glenn Greenwald. A também jornalista Hildegard Angel fez referência aos muitos pedidos de impeachment do atual presidente, ignorados pela Câmara. “Que tamanho vai ter, em outubro, o Congresso brasileiro, que ignorou solenemente os 143 pedidos de impeachment de Bolsonaro, encaminhados por 1.550 pessoas e 550 organizações?”