Defender os bancos públicos é lutar por um Brasil melhor

Publicado em: 06/05/2022
Defender os bancos públicos é lutar por um Brasil melhor

“Lutar contra as privatizações dos bancos públicos, é lutar por um Brasil melhor, com desenvolvimento econômico e inclusão social”, convocou Eliana Brasil, a coordenadora do Grupo de Trabalho em Defesa dos Bancos Públicos da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), durante a terceira oficina da Confederação no Fórum Social Mundial 2022. “A oficina evidenciou o papel fundamental dos bancos públicos para a inclusão da população mais pobre do país na economia. Os bancos públicos são fundamentais para o desenvolvimento social e a geração de emprego e renda”, completou.


Rafael Zanon, secretário de Formação da Contraf-CUT, lembrou que o Brasil tem uma experiência de banco público muito rica. “Nós ainda existimos, apesar de passar por ataques nos últimos anos. Eu costumo dizer que enquanto tiver banco público, vai ter ameaça de privatização. Portanto, nossa luta para fortalecer os bancos públicos é importantíssima”.


Fernando Amorim Teixeira, técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), corroborou com a teoria de que a existência de instituições financeiras públicas é fundamental para o desenvolvimento econômico. “São instituições necessárias para a operacionalização das políticas públicas e o financiamento de projetos de desenvolvimento. O crédito ofertado pelos bancos públicos, por exemplo, muito contribui para reduzir desigualdades regionais. Um plano de desenvolvimento eficaz deve reunir instituições capazes de apoiar as políticas públicas de desenvolvimento”. Por isso, segundo Teixeira, não tem como o Brasil abrir mão dos bancos públicos. “Para essa turma que está no governo agora não há porque existir banco público. Se existir, pela dificuldade de privatizá-los, devem ser geridos como banco privado. O governo, em vez de utilizar a institucionalidade estatal brasileira de forma eficiente e direcionada, aproveitando a experiência acumulada por décadas, desorganiza a administração pública e se desfaz dos principais ativos a preços vis, sob a falsa promessa de que os capitais privados liderarão novo processo de investimentos e desenvolvimento tecnológico, econômico e social. Essa promessa nunca se efetivou em qualquer momento da história brasileira e não há nenhuma razão para se acreditar que agora se concretizará”, lamentou.