Data da abolição é dia de resistência e combate à injustiça

Publicado em: 13/05/2022
Data da abolição é dia de resistência e combate à injustiça

O fim da escravidão, em 1888, é comemorado oficialmente pelo Estado brasileiro e, apesar de decretada no Império, é efusivamente comemorada como uma conquista do movimento republicano. Mas, segundo o secretário de Combate ao Racismo da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Almir Aguiar, na verdade, era o sistema liberal internacional, liderado pela Inglaterra, que pressionava o Brasil, a promover o trabalho assalariado e ampliar seu mercado consumidor.


“Foi um jogo de cena, no qual a ‘bela’ princesa Isabel, numa atitude majestosa e sublime, ‘encerrou’ séculos de opressão contra negros e negras”, afirmou o dirigente da Contraf-CUT.


Com argumentos bastante sólidos, os movimentos negros e sindicais rejeitam o 13 de Maio como uma data a ser comemorada. Antes, deve ser um dia de luta, resistência, reflexão, conscientização e denúncia de tamanha injustiça histórica. Para a secretária de Combate ao Racismo da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Anatalina Lourenço, trata-se de um “dia de rememorar e mais um dia de denúncia contra o racismo e contra os mecanismos que submetem a população negra às piores condições de vida possíveis”.


Para o secretário de Combate ao Racismo da Contraf-CUT, o racismo busca promover um “apagamento histórico”. Para ele, trata-se de uma escandalosa tentativa de ocultar feitos de personalidades pelo fato de elas serem negras. No artigo “13 de Maio: a história não contada”, publicado no site da CUT Nacional, Almir lista uma série de pessoas que o discurso oficial despreza ou quer esconder, por questões raciais.