CUT pressiona pela redução da jornada de trabalho

O presidente da Câmara Federal, deputado Michel Temer (PMDB), se reúne hoje com representantes da CUT, Força Sindical, CGTB, Nova Central, UGT e CTB, em Brasília.
Os sindicalistas vão tentar estabe-lecer uma data para votação da Pro-posta de Emenda à Constituição (PEC) nº 231/1995, que prevê a redução da jornada semanal de trabalho de 44 para 40 horas e o aumento da hora extra de 50% para 75%.
O objetivo das centrais é colocar a proposta em votação ainda no primeiro semestre deste ano já que depois o Congresso estará vazio por conta do período eleitoral. Na última semana, os sindicalistas fizeram uma vigília em frente ao Congresso, para pressionarem os parlamentares.
Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a redução da jornada de trabalho poderá criar dois milhões de empregos diretos.
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), no entanto, se posicionou contra a PEC.
A entidade ressaltou que a redução da jornada de 48 para 44 horas, estabelecida na Constituição de 88, não criou novos empregos.
O responsável pela geração de novos postos foi, segundo a Fiesp, o crescimento econômico que se deu no país e não por alterações na jornada de trabalho.
Para o presidente da CUT, Artur Henrique, trata-se "do velho discurso empresarial da década de 80, quando foi a última vez que tivemos a redução da jornada legal de trabalho no Brasil".
Arthur ressalta que os ganhos de produtividade obtidos pelas empresas nos últimos 20 anos superam de longe um eventual aumento de custos. "As empresas, de todos os setores, ganharam muito, bateram recordes de lucros, pagaram dividendos recordes em 2009. Isso foi conquistado pelo aumento da produtividade, que não foi repassado para o conjunto dos trabalhadores. A participação do trabalho na renda nacional continua pequena", afirma.