CUT DEFENDE SALÁRIO MÍNIMO DE 580,00

Publicado em: 10/01/2011
CUT DEFENDE SALÁRIO  MÍNIMO DE 580,00

O secretário-geral da CUT, Quintino Severo, não ficou satisfeito com a proposta da emenda apresentada na última sexta-feira, dia 7, pelo Congresso.

    Eles querem aumentar o salário mínimo para R$ 560,00, a qual Severo alega ser insuficiente, pois a meta da Central dos Trabalhadores é que seja pelo menos de R$ 580,00.

    A emenda será apresentada pelo deputado Eduar-do Cunha (PMDB-RJ), em resposta ao veto de valores maiores que R$ 540,00, na Medida Provisória anunciada pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A votação sobre o possível reajuste deverá ocorrer no próximo mês, no início da nova legislatura.


"Nossa referência é o crescimento do PIB nacional nos últimos anos, e essa proposta não significa nem de longe a meta de reajuste", defendeu Severo. A respeito das discussões entre os deputados após o anúncio de Mantega da fixação do valor por um contingenciamento orçamentário, o secretário é incrédulo. "É muito mais debate político e demagógico do que um real interesse em um aumento justo", declarou.



Após o retorno do recesso nesta segunda-feira (10), a CUT irá voltar a pressionar pelo mínimo de R$ 580, mas segundo o secretário-geral a central não descarta a abertura para negociação de um valor alternativo. "Em um debate com o governo que está afirmando os R$ 540, poderemos ter que negociar outro valor", disse.



Inflação

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) divulgado nesta sexta-feira (7), abre a possibilidade para um aumento acima dos R$ 540. Em 2010, o índice fechou em 6,47%. Já o mínimo definido ainda no governo Lula foi aumentar o valor em 5,88%, passando a R$ 540.



Pela regra definida em 2007 entre governo e as centrais sindicais, o reajuste do salário mínimo será sempre de acordo com a inflação no ano anterior mais o resultado do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. Ou seja, o reajuste deste ano seria com base no INPC de 2010 e no resultado do PIB de 2009. Mas como a economia encolheu 0,6% em 2009, as centrais querem discutir o assunto em caráter excepcional, garantindo a manutenção da política de aumentos reais.