CUT critica Copom por manter taxa básica de juros em 8,75%

Publicado em: 11/12/2009
CUT critica Copom por manter taxa básica de juros em 8,75%

A CUT divulgou nesta quarta-feira (9) nota criticando a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) que manteve a taxa básica de juros da economia em 8,75% ao ano. A medida frustra os trabalhadores, mas corresponde às expectativas dos analistas financeiros da iniciativa privada, como mostra a pesquisa Focus, realizada pelo BC na última sexta-feira (4).



Para o presidente da CUT, Artur Henrique, "o movimento de queda deveria ter sido mantido, diante de uma inflação absolutamente sob controle e da necessidade sempre presente de gerarmos mais empregos de qualidade e diminuirmos o envio de tanto dinheiro para a rolagem da dívida pública".



O comitê avaliou que a taxa "é consistente com um cenário inflacionário benigno, contribuindo para assegurar a manutenção da inflação na trajetória de metas, ao longo do horizonte relevante e para a recuperação não inflacionária a atividade econômica". A taxa foi aprovada por unanimidade, sem viés, ou seja, vale até a próxima reunião do Copom marcada para o dia 27 de janeiro.



O mercado financeiro prevê que a Selic deva permanecer nesse patamar por todo o primeiro semestre de 2010, uma vez que não há sinais de pressão inflacionária no curto prazo.



Para os analistas, só a partir de julho do próximo ano os juros básicos, que estão no patamar mais baixo da história recente do país, voltem a subir, gradativamente, de modo a terminar 2010 um pouco acima de 10,50%.



Em janeiro, na sua primeira reunião do ano, o Copom decidiu reduzir a Selic de 13,75% para 12,75% ao ano. Em março, a taxa caiu para 11,25%, com nova redução em abril, para 10,25%. Em junho, houve novo corte de 1 ponto percentual, para 9,25%. Na sequência, o comitê reduziu o ritmo de corte e, na reunião de julho, a Selic teve queda de meio ponto percentual.



O BC usa a Selic para controlar a inflação, cuja meta estipulada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) para 2009 e 2010 é de 4,5%. Essa meta, definida com base no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), tem margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.



Veja a nota da CUT sobre taxa Selic:



O final de ano merecia uma notícia mais animadora. Manter a taxa básica de juros nos patamares atuais não é das melhores. Apesar do processo de queda observado ao longo do ano - que para nós já era tímido - a taxa brasileira continua alta demais.



Insistimos que o movimento de queda deveria ter sido mantido, diante de uma inflação absolutamente sob controle e da necessidade sempre presente de gerarmos mais empregos de qualidade e diminuirmos o envio de tanto dinheiro para a rolagem da dívida pública.



Artur Henrique, presidente nacional da CUT