Crise coloca remuneração de executivos em debate

Publicado em: 14/04/2010
Crise coloca remuneração de executivos em debate

A crise financeira que atingiu a economia mundial em 2009 colocou a remuneração dos executivos dos bancos no centro dos debates.

Os altos bônus pagos aos cargos que definem as políticas das instituições financeiras, dentre elas a de vendas de produtos, são apontados como o estopim que gerou a crise.

Diante desse quadro, o G-20, que reúne os maiores países do mundo, assumiu compromissos para fortalecer o sistema financeiro mundial e evitar novos tropeços.

Os trabalhadores não vão ficar de fora. A Uni Finanças (sindicato global do setor financ-eiro) promove sexta-feira, na Europa, uma campanha contra a prática irresponsável de vendas.

Os representantes dos trabalhadores vão entregar às autoridades monetárias a declaração de Frankfurt, com reivindicações e sugestões dos empregados em bancos para ajudar a coibir as práticas irresponsáveis.

No Brasil, o Sindicato dos Bancários de São Paulo vai apresentar proposta ao Banco Central  (BC)   brasileiro   sobre  a  política  deremuneração dos executivos dos bancos.

O tema foi colocado em audiência pública pelo BC em 1º de fevereiro e a entidade, com acompanhamento da assessoria técnica do Dieese, promove análise sobre o tema. As propostas deverão ser enviadas até 30 de abril.

Segundo  o  BC,  o objetivo  da  audiência

pública é promover o desenvolvimento de políticas de remuneração compatíveis com a estratégia global de gestão de riscos, formuladas de modo a não incentivar comportamentos capazes de elevar a exposição ao risco acima dos níveis considerados prudentes no curto, médio e longo prazos.

Um péssimo exemplo de como a forma de remuneração dos executivos interfere na PLR paga aos trabalhadores é o Itaú Unibanco. Enquanto os bônus dos altos cargos aumentam, a PLR dos bancários cai.

Pelo menos outros dois bancos, apesar do quadro internacional, pretendem ampliar o pagamento dos executivos, o que demonstra a necessidade de maior regramento para o setor.

Segundo o jornal Valor, “cem empresas abertas (...) pretendem pagar R$ 2,44 bilhões a seus diretores e conselheiros neste ano. O montante supera em 45% o total de R$ 1,68 bilhão pago pela mesma amostra de empresas no exercício de 2009”.

A lista inclui Bradesco e Santander.



Fonte: Seeb São Paulo