Correção da tabela do IR isentaria 24,5 milhões de pessoas

A correção da tabela do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física) aumentaria o número de pessoas isentas do tributo para 24,5 milhões. Sem o reajuste, a estimativa é de que 8 milhões de brasileiros não tenham que pagar o imposto em 2023. As projeções foram divulgadas na 3ª feira, dia 11/10, pela Unafisco Nacional.
A tabela do imposto de renda está defasada em 144%. O estudo considera o período de 1996 a setembro de 2022. O percentual foi calculado no dia 11/10, depois que o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a inflação de setembro, que teve uma taxa anual de 7,17%. Atualmente, quem recebe até R$ 1.903,98 por mês (ou 22.847,76 por ano) não precisa declarar o Imposto de Renda. Mas, segundo a Unafisco, pessoas que ganham até R$ 4.647,96 por mês (ou R$ 55.775,51 por ano) não deveriam pagar imposto. Isso porque o salário da população aumentou com os reajustes pela inflação, e quem era isento em 1996 passou a pagar o tributo.
Em seu plano de governo, o presidente Jair Bolsonaro (PL) propôs isentar quem ganha até 5 salários mínimos. A medida atingiria trabalhadores que recebem até R$ 6.060,00 por mês (o salário mínimo é de R$ 1.212,00), mas não fez. A Unafisco também calculou qual seria a faixa de isenção caso o governo faça a correção da tabela só pela defasagem feita de 2019 a 2022, durante a gestão Bolsonaro. Neste cenário, a faixa isenção do IRPF aumentaria para as pessoas que ganham até R$ 2.467,25 por mês (ou R$ 29.606,97 por ano).