Controle de jornada é o maior problema do teletrabalho

A oficina Teletrabalho – A Experiência dos Bancários e a Negociação Coletiva foi a primeira das três oficinas que a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) organizou para o Fórum Social Mundial 2022, que está sendo realizado desde o dia 1º de maio e segue até o próximo dia 06, com eventos presenciais na Cidade do México, atividades híbridas e outras totalmente online.
“A gente já tinha teletrabalho no nosso setor, mas com a pandemia o processo foi muito acelerado”, lembrou Walcir Previtale, secretário de Assuntos Socioeconômicos da Contraf-CUT, na abertura da oficina. “O nosso propósito é fazer um comparativo entre a situação do teletrabalho nos países para mostrar que a gente precisa ter um olhar crítico que fortaleça o processo de negociação coletiva do teletrabalho”, disse.
A técnica da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) da Contraf-CUT, Vivian Machado, fez um histórico das negociações entre o Comando Nacional dos Bancários e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) desde o início da pandemia da covid-19. “A negociação, iniciada assim que a pandemia foi decretada, com a reivindicação de adoção do teletrabalho para a categoria e de medidas protetivas para quem ficou nas agências mostrou-se acertada. Contudo, não se fechou uma cláusula sobre o tema a ser mantida na CCT dos bancários. Definiu-se que a negociação seria por banco. Alguns já finalizaram esse acordo, mas, apenas um banco já está cumprindo com suas cláusulas, antes mesmo do final da pandemia”, explicou Vivian.
A economista afirmou que a negociação sobre o teletrabalho passa por alguns pontos essenciais, como o controle eficaz da jornada de trabalho e o pagamento de horas extras quando devidas; a responsabilização do empregador no fornecimento de equipamentos, condições adequadas de trabalho e em relação à saúde e segurança no trabalho; a garantia de direitos equiparados aos de trabalhadores presenciais, incluindo acesso a informações e oportunidade de promoção; a implementação e melhoria de canais de gestão do home office; e o pagamento de um auxílio mensal.
A segunda das três oficinas da Contraf-CUT, no Fórum Social Mundial que irá abordar a atuação dos sindicatos no combate à violência de gênero, acontece hoje, dia 04/05.