Congresso volta a tentar emplacar trabalho nos fins de semana para os bancários

Deputados e senadores governistas não param de encaminhar projetos para derrubar direitos dos bancários e demais trabalhadores.

Ontem (24/5), por pressão do movimento sindical e de parlamentares da oposição, foi retirado da pauta de votação da Comissão de Defesa do Consumidor (CDC) da Câmara dos Deputados o substitutivo do deputado Eli Corrêa (União-SP) ao projeto 1043 (PL-1043) de David Soares (União-SP) que autorizava o trabalho dos bancários nos fins de semana.

A tramitação foi feita sem alarde e em caráter terminativo, assim sendo, caso fosse aprovado iria direto para o Senado, sem passar nas demais comissões temáticas ou pelo plenário da Câmara. Mas o jogo foi descoberto e o PL foi retirado de pauta, pelo menos por agora. A proposta seria votada nesta quarta-feira.

O argumento de Corrêa para justificar seu substitutivo é o mais cínico possível. Em sua argumentação, diz que é “fundamental que seja garantida a liberdade para que cada instituição”, em nome da “livre concorrência”, “opte ou não pelo funcionamento aos sábados e domingos, criando uma competição saudável e desejada”. Além do fim da folga, o substitutivo acaba ainda com a obrigação dos bancos seguirem as normas de segurança determinadas pela polícia federal para o funcionamento das agências bancárias.

Corrêa alega ainda que o trabalho sábados e domingos podem criar empregos, o que é uma piada de mau gosto, de certa forma um escárnio com os bancários que trabalham mais de 12 horas todos os dias sob intensa pressão e assédio moral, quando o Congresso funciona de fato de terça a quinta. 

Além disto, este argumento foi usado para justificar todas as reformas trabalhistas, mas todas, ao invés de abrir novas vagas, aumentaram o número de desempregados.