Comando Nacional volta à mesa de negociações com a Fenaban nessa terça (27)

Publicado em: 26/08/2024
Comando Nacional volta à mesa de negociações com a Fenaban nessa terça (27)

O Comando Nacional dos Bancários volta à mesa de negociações com Fenaban na terça-feira (27), que prosseguirão nos dias seguintes, até sexta-feira (30), com a expectativa de que seja renovada a Convenção Coletiva de Trabalho da categoria com os bancos respeitando as reivindicações dos trabalhadores.

"Merecemos respeito! Os lucros exorbitantes do setor bancário são fruto do trabalho das bancárias e bancários! Ainda assim, na última mesa de negociações, as empresas apresentaram uma proposta vergonhosa de reajuste salarial, com perda real de 0,57%", pontuou a coordenadora do Comando Nacional dos Bancários e presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Dados do setor

Em 2023, os bancos tiveram lucro de R$ 145 bilhões no país. Já no 1º semestre de 2024, o lucro dos cinco maiores bancos foi de R$ 60 bilhões, aumento de 15% em relação ao mesmo período de 2023. O rendimento médio dos bancos no Brasil é de 15% ao ano acima da inflação. A título de comparação, os bancos dos Estados Unidos têm rentabilidade média de 6,5% acima da inflação, na Espanha 10% e na Inglaterra 9%. Ainda que representem 10% das instituições financeiras do Brasil, os bancos têm resultado nove vezes maior que as instituições de pagamento, respondendo por 71% do lucro produzido no setor financeiro, sem contar que muitos bancos são detentores de instituições de pagamento. Por outro lado, no último ano, 2023, os bancos tradicionais encerraram mais de 2 mil postos de trabalho.

Reivindicações da categoria

A minuta de reivindicações foi entregue à Fenaban no dia 18 de junho e nela a categoria bancária reivindica: reajuste salarial que corresponda à reposição pelo INPC, acrescido do aumento real de 5%; melhoria nos percentuais da Participação nos Lucros e Resultados (PLR); melhorias nas demais verbas, incluindo tickets alimentação e refeição, auxílio creche e auxílio babá; fim da gestão por metas abusivas; reforço aos mecanismos de combate ao assédio moral e sexual; direito à desconexão fora do horário de trabalho; direitos para pessoas com deficiência (PCDs) e neurodivergentes; suporte aos pais e mães de filhos com deficiência; mais mulheres na TI; combate à terceirização e garantia de empregos; jornada de trabalho de quatro dias; ampliação do teletrabalho; entre outros.

Direitos e não benefícios

"Todas as conquistas obtidas pelos bancários e bancárias que já estão na CCT, são inovações que não têm previsão legal, como as mesas permanentes sobre saúde, segurança e igualdade de oportunidades, 13º auxílio alimentação, auxílio para trabalhadores com filhos com deficiência, complementação de auxílio previdenciário e tantos outros. São direitos conquistados e não benefícios dos bancos que querem retirá-los. Mas nós não vamos permitir", pontuou Juvandia.