Campanha Salarial - Negociações BB não têm avanços

Publicado em: 12/09/2011
Campanha Salarial - Negociações BB  não têm avanços

  Na última sexta-feira, dia 9, aconteceu em Brasília a primeira rodada de negociação específica do Banco do Brasil.



  De um lado estavam os representantes dos trabalhadores, formados pelo Comando Nacional dos Bancários, sob coordenação da Contraf-CUT e assessorado pela Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.


  De outro estavam os negociadores do Banco, representando o patronato. Na reunião, o BB rejeitou reivindicações importantes sobre jornada de trabalho, emprego, saúde, condições de trabalho e previdência.

   

  Leia a seguir algumas das reivindicações dos bancários e a posição do banco em relação a elas.



Fim da terceirização casada com a contratação de 5 mil funcionários, especialmente o aumento das dotações de caixas e a efetivação dos "substitutos contínuos".

 Posição do BB: Um dos negociadores do BB disse que após a contratação de 15 mil funcionários nos últimos anos, não será simples pedir ao governo mais 5 mil bancários. Disse também que não há previsão de contratar mais funcionários esse ano e que, mesmo chegando à conclusão de que é preciso contratar mais, isso não será negociado na campanha desse ano.



- Que todos os aplicativos de trabalho no BB sejam vinculados ao ponto eletrônico.

Posição do BB: Aceitou discutir a questão e prometeu levar adiante o debate. "Veremos o que é possível fazer, uma vez que é difícil unificar todos os aplicativos ao ponto eletrônico. É um debate que interessa ao banco. Vamos analisar todas as possibilidades. É do interesse do banco coibir a fraude no ponto eletrônico", ressaltou José Néri, um dos negociadores do banco.



- Jornada legal de 6 horas sem redução de salário.

Posição do BB: afirmaram que o banco não vai debater o tema durante a Campanha Nacional. "Como é um assunto de gestão do banco, não vamos tratar disso na campanha deste ano", afirmou um dos negociadores. Mesmo com o 'não' inicial, o banco garantiu que está concluindo estudo sobre a redução da jornada. "Estamos em processo de finalização de estudo. No entanto, já podemos adiantar que nem todas as comissões precisam ser 6 horas. Aguardamos parecer externo e, em breve, teremos uma definição. Mas não vamos clausular isso em campanha", acrescentou.



- Descomissionamentos por 'conduto incompatível'.

Posição do BB: O representante do BB adiantou dados de estudo sobre os descomissionamentos. Num universo de aproximadamente 60 mil comissionados, de acordo com ele, o número de funcionários descomissionados é muito pequeno. "O estudo ainda não foi encerrado, mas posso garantir para vocês que é muito baixo. Queremos discutir em cima de dados concretos. Mas o BB não abre mão de fazer a gestão. Nem todo descomissionamento é injusto".



- Integração de 15 minutos de intervalo na jornada.

Posição do BB: Não se dispõe a discutir essa reivindicação.



- Ampliação do nível do plano odontológico e também da rede conveniada em todo o país.

Posição do BB: José Roberto, um dos negociadores do banco, informou que o BB tem cobrado da Diretoria de Seguridade a expansão da rede no interior. Questionado sobre a extensão do plano odontológico aos aposentados, o banco afirmou que ainda não tem posição sobre o assunto.



- A garantia da comissão após o retorno da licença-saúde.

Posição do BB: "Acho muito difícil resolver essa reivindicação", afirmou um dos negociadores do BB.



- Fim da trava de dois anos.

Posição do BB: O assunto está sendo analisado pelo banco. "O BB ainda não tem estudo sobre o retorno da trava de dois anos. Acreditamos que podemos avançar. No entanto, não haverá o fim da trava para transferência", afirmou José Roberto.



    “Ficou claro que o banco não está respeitando a campanha salarial e nem, muito menos, seus funcionários. Quando não negou uma reivindicação, o banco disse que estava concluindo estudo sobre o assunto, ou seja, muito provavelmente não apresentará propostas às reivindicações nessa campanha”, disse o funcionário do banco e diretor do sindicato Marcos Alvarenga, que concluiu: “O banco deveria vir preparado para as rodadas de negociação. Estamos em campanha salarial e não existe data mais correta para tratar os temas pendentes do funcionalismo do que essa, afinal é no fechamento da campanha que assinamos a Convenção Coletiva e os Acordos Aditivos. Temos que nos mobilizar para mostrar que temos que ser mais respeitados e valorizados, somente com nossa união alcançaremos novas conquistas”.

    A segunda rodada de negociação será na próxima quarta-feira (14), às 10h, em Brasília e a terceira e última rodada será dia 20 de setembro (terça-feira), em São Paulo.