Campanha Nacional - Proposta insuficiente pode levar bancários à greve

Publicado em: 22/09/2011
Campanha Nacional - Proposta insuficiente pode levar bancários à greve

  O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf-CUT, considerou insuficiente a proposta apresentada pela Fenaban na quarta rodada de negociação na última terça-feira 20/09, em São Paulo, e decidiu orientar os sindicatos de todo o país a realizarem assembleias hoje, para rejeitar a proposta e deflagrar greve nacional a partir da próxima terça-feira 27/09. Uma nova negociação foi agendada com a Fenaban para sexta-feira 23/09, a fim de continuar as discussões. Na segunda-feira 26/09, novas assembleias deverão ser realizadas para definir os rumos do movimento.

   

  Os bancos fizeram uma proposta insuficiente para seus funcionários, pois não contempla nossa pauta de reivindicações, o que deve levar a categoria para a greve ainda mais forte que a do ano passado.

   

  Em 2010, os bancários realizaram a maior greve da categoria nos últimos 20 anos, com duração de 15 dias e adesão recorde tanto em bancos públicos quanto privados.

   

  A reivindicação dos bancários é justa em face dos altíssimos ganhos das empresas. Segundo dados do Dieese, o setor financeiro apresentou o 3º maior crescimento na economia nacional na comparação entre o 2º trimestre de 2011 com o mesmo período de 2010.



  Para ter uma ideia, a intermediação financeira cresceu 4,5% no período, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) do país atingiu 3,1%.



  A receita de prestação de serviços (proveniente principalmente das tarifas cobradas dos clientes) acumulada pelos seis maiores bancos no primeiro semestre cresceu 13,73% em relação ao mesmo período de 2010. Foram R$ 36,4 bilhões em 2011, contra R$ 32 bilhões em 2010.




Veja as principais reivindicações da categoria:


- Reajuste de 12,8% (inflação do período mais aumento real de 5%).

- Piso igual ao salário mínimo do Dieese: R$ 2.297,51 (em junho).

- PLR: três salários mais R$ 4.500,00 sem desconto dos programas próprios de renda variável

- Plano de Cargos e Salários (PCS) em todos os bancos.

- Gratificação semestral de 1,5 salário para todos os bancários.

- Contratação da remuneração total dos bancários.

- Vale-refeição, cesta-alimentação, 13ª cesta e auxílio creche/babá iguais ao salário mínimo (R$ 545,00).

- Auxílio-educação para todos os bancários.

- Previdência complementar para todos os bancários.

- Garantia de emprego;

- Proteção contra a dispensa imotivada, combatendo a rotatividade.

- Contratação de mais bancários;

- Fim das terceirizações.

- Jornada de trabalho de seis horas para todos os bancários.

- Ampliação do horário de atendimento para das 9h às 17h com dois turnos de trabalho;

- Tempo de até 15 minutos de espera nas filas nos dias normais;

- Abono assiduidade de cinco dias por ano.

- Igualdade na contratação, remuneração e ascensão profissional.

- Realização de um novo censo para avaliar os resultados dos programas implantados pelos bancos para combater a discriminação.

- Prorrogação automática da licença-maternidade de quatro para seis meses, sem necessidade de solicitação por parte da bancária.

- Condições de acessibilidade nas agências tanto para bancários como para clientes com deficiências.

- Fim das metas abusivas e combate ao assédio moral.

- Participação dos trabalhadores na fixação das metas, que devem levar em consideração o tamanho, a localização e o perfil econômico das dependências, e não podem ser individuais.

- Fim da divulgação de rankings individuais sobre cumprimentos de metas.

- Suspensão do trabalho em espaços físicos em reforma.

- Manutenção do salário e demais direitos no período de afastamento por problemas de saúde.

- Permanência do plano de saúde na aposentadoria e com as mesmas regras.

- Assistência médica e psicológica às vítimas de assaltos, sequestros e extorsões.

- Emissão da CAT para quem esteve no local de assaltos e sequestros.

- Fechamento das agências após assaltos, consumados ou não.

- Porta de segurança, câmeras com monitoramento em tempo real e vidros blindados em todas as agências e postos.

- Biombos entre a fila de espera e a bateria de caixas, e divisórias individualizadas entre os caixas internos e os eletrônicos para combater "saidinha de banco".

- Proibição ao transporte de valores e à guarda das chaves das unidades pelos bancários.

- Adicional de 30% de risco de morte para agências, postos e tesouraria.