Caixa mudará crédito para casa própria

O financiamento da casa própria deve sofrer mudanças importantes nos próximos dias. O CMN (Conselho Monetário Nacional) autorizou que os bancos usem o índice de inflação (IPCA) para reajustar as prestações do financiamento imobiliário. O presidente da Caixa, Pedro Guimarães, já havia sinalizado em maio que o banco pretende adotar o IPCA para novos contratos imobiliários. Atualmente, os contratos feitos pelo Sistema Financeiro da Habitação são corrigidos pela TR (Taxa Referencial). A Caixa cobra juros entre 8,5% e 9,75% ao ano mais TR nas suas principais linhas de crédito imobiliário, para compra de imóveis novos ou usados. Essas taxas não são válidas para o Minha Casa, Minha Vida, que cobra juros mais baixos.
Como a TR é igual a zero desde 2017 devido à queda da taxa Selic, na prática os juros do financiamento imobiliário ficam limitados à taxa prefixada pela Caixa. A dúvida é qual taxa de juros prefixada a Caixa usará junto com o novo indexador. Se for manter o mesmo nível de juros praticado atualmente (9% ao ano, em média), os novos contratos deverão ter uma taxa da ordem de 5% ao ano mais IPCA.
Especialistas alertaram que o financiamento imobiliário indexado pelo IPCA deve ficar mais caro e arriscado para quem deseja comprar a casa própria. O problema está na grande oscilação do índice de inflação em longos períodos de tempo. Um contrato imobiliário costuma durar entre 15 e 30 anos. Em 2015, por exemplo, o IPCA superou os 10% no ano. Eventuais mudanças de preço nos alimentos, nos combustíveis ou na energia elétrica, por exemplo, podem provocar a disparada da inflação, fazendo aumentar o custo do financiamento imobiliário.