“Caixa dá uma no cravo, outra na ferradura”

A Caixa Econômica Federal realizou, na sexta-feira, 22/07, lives nacionais e regionais para incentivar a venda de seguros, cartões de crédito e outros produtos bancários para clientes que contratarem financiamentos habitacionais e empresas que utilizarem recursos do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). “Na verdade, o evento teve a finalidade de informar que os empregados devem empurrar produtos para os clientes que buscarem recursos no banco”, disse o dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e funcionário da Caixa, Rafael de Castro. “A Caixa diz que está mudando a estrutura e criando mecanismo para inibir o assédio, mas, na prática, cria mecanismos que estimulam e facilitam o assédio. É uma no cravo e outra na ferradura!”, completou. O banco anunciou, inclusive, prêmios para os empregados que cumprirem as metas.
O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE) da Caixa, Clotário Cardoso, ressaltou que a prática, na verdade, é similar à venda cruzada, que é proibida no Brasil. “A Caixa é um banco público de caráter eminentemente social, mas a estratégia utilizada pela gestão Pedro Guimarães, que está sendo mantida pela nova presidenta (Daniella Marques), é a mesma utilizada pelos bancos privados, que exercem pressão e assédio moral sobre seus empregados”, observou.
“O mais grave é a determinação que cita percentuais específicos para o cross selling para cada tipo de empresa que contratar financiamento do Pronampe”, completou Rafael de Castro.