Brasil alavanca lucro global do Santander que demite em massa bancários brasileiros

Publicado em: 28/10/2020
Brasil alavanca lucro global do Santander que demite em massa bancários brasileiros

Os bancos falam em valorização da vida e dos funcionários em publicidades milionárias, mas na prática demitem em massa impõem assédio moral e pressão para metas absurdas, em plena pandemia da Covid-19, descumprindo acordo com a categoria. É o caso do grupo espanhol Santander. Milhares de bancários perdem o emprego no Brasil, justamente o país onde os funcionários, com trabalho duro, impulsionam os lucros crescentes. Enquanto indústrias sofrem uma retração e no comércio crescem as falências nos grandes centros urbanos, os bancos continuam aumentando seus ganhos.


Em plena crise sanitária e econômica mundial, o Santander faturou 1,75 bilhão de euros no terceiro trimestre deste ano. O resultado, divulgado ontem, dia 27/10, superou as expectativas dos próprios acionistas e executivos da empresa, que representou uma alta de 5,3% em comparação com o mesmo período de 2019. No Brasil o lucro foi de R$3,902 bilhão, alta de 88,2% em relação aos três meses anteriores. Isso sem falar que o banco, como as demais instituições financeiras, mantém a estratégia de elevar as Provisões de Devedores Duvidosos (PDDs), que somaram R$2,916 bilhões, alta de 3,4%, revelando que, na verdade, o faturamento é ainda maior.  É bom não esquecer que o Banco Central nacional deu R$1,2 trilhão para os bancos "fazerem caixa", terem "mais liquidez", conforme afirmou o próprio presidente da instituição, o também banqueiro Roberto Campos Neto, que curiosamente foi executivo do Santander.


O Santander continua lucrando cada vez mais e a maior fatia do seu faturamento vem sendo garantida pelo trabalho dos funcionários brasileiros e como resposta aos seus esforços, o banco demite em massa e confirma o nível de crueldade dos banqueiros. De abril a setembro, o banco demitiu 2.045 trabalhadores, período mais agudo da pandemia além de fechar 91 agências.