Bradesco demite, mesmo com ´ajuda do governo aos bancos´

O Bradesco continua demitindo durante a pandemia. E procede assim, mesmo após o anúncio feito pelo presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em 24 de novembro, de um injustificado programa de ‘ajuda permanente’ aos bancos enquanto a doença se mantiver fora de controle. Já chegam a mais de 3 mil demitidos no Bradesco desde março deste ano.
O chamado ‘programa de injeção de liquidez’ do BC (recursos de rápida circulação) nos bancos, segundo alegou Campos Neto, foi criado para ‘estimular a ampliação do crédito’. O anúncio causou perplexidade visto que os bancos estão com os cofres abarrotados de dinheiro. Os cinco maiores bancos do país (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander) nos nove primeiros meses de 2020 lucraram juntos R$ 53,383 bilhões. Só o lucro do Bradesco foi de R$ 13 bilhões.
O programa, no entanto, não estabelece exigências, como a obrigação dos bancos de realmente aumentar o crédito, nem a contrapartida de não demitir. O que deixa claro, a intenção apenas de beneficiar ainda mais o sistema financeiro. A morte de quase 200 mil brasileiros, contaminados pela covid-19, entre estes, inúmeros bancários, não sensibilizou os bancos que se comprometeram com a Contraf-CUT e sindicatos a não demitir, durante a pandemia, mas não cumpriram o compromisso. Pelo contrário, agindo de forma demagógica, três deles, anunciaram sua adesão à campanha #NãoDemita, da qual participaram inicialmente, 41 empresas, entre estas o Bradesco, o Itaú e o Santander, justamente os maiores e os que mais demitiram a partir de maio, quando decidiram acabar com o movimento.