Bolsonaro corta 59% da verba do “Farmácia Popular”, para dar dinheiro a aliados

Publicado em: 12/09/2022
Bolsonaro corta 59% da verba do “Farmácia Popular”, para dar dinheiro a aliados

O presidente Jair Bolsonaro (PL) cortou 59% do orçamento do programa “Farmácia Popular” para 2023 para liberar mais dinheiro para deputados e senadores via Orçamento secreto.


O Orçamento secreto é um mecanismo criado pelo governo e parlamentares que permite a liberação de milhões de reais sem controle ou transparência, e é comandado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), chefão do Centrão e um dos aliados mais fiéis do presidente. Com a decisão do presidente, brasileiros e brasileiras, em especial os mais pobres, podem ficar sem os remédios para asma, hipertensão e diabetes distribuídos de graça pelo “Farmácia Popular”, criado em 2003 no governo do ex-presidente Lula. O programa atende em todo o país mais de 21 milhões de pessoas.


Acabar com o Farmácia Popular é "um tiro no pé", já havia dito em 2020, o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini, um dos inúmeros representantes do setor que criticou duramente a medida quando o governo Bolsonaro sinalizou cortar verbas pela primeira vez. “O programa é exitoso”, disse à época. E ainda reduz os custos na área da saúde, explicou também na mesma época, o presidente executivo da Associação Brasileira das Redes de Farmácias e Drogaria (Abrafarma), Sérgio Mena.


A Conselheira nacional de saúde e representante da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), Debora Melecchi também criticou a decisão e disse que o fim do programa pode trazer despesa à população mais pobre, já atingida pela pandemia da Covid-19. "A saúde tem de ser vista como um investimento, não como um custo ao governo".