Banquete no Caribe revolta trabalhadores

Os trabalhadores do HSBC estão revoltados com o discurso do presidente do banco, Conrado Engel, que declarou em seminário sobre o tema Desenvolvimento Econômico e Sustentável Pós Crise, O Papel do Turismo na Geração de Riquezas Preservação Ambiental e Cultural na América Latina, que o momento após a turbulência internacional é de comemorar.
O evento, que aconteceu em um luxuoso resort em Cap Cana, República Dominicana entre os dias 9 e 12 de outubro, teve como anfitrião o presidente HSBC e foi amplamente coberto pela revista Caras. “É um prazer estar entre amigos e ser saudado por Doria (empresário João Doria Jr.) em uma festa como esta. Se há um ano o cenário era de crise, hoje só temos a comemorar”, afirmou Engel.
Não é o que pensam os bancários que estão negociando o pagamento de uma PLR justa. O HSBC já anunciou que pagará um valor muito inferior em relação ao ano passado por causa dos valores provisionados no balanço.
Comparando os anos de 2008 e 2009, fica claro o prejuízo que o banco quer empurrar aos trabalhadores. No primeiro semestre desse ano o volume de dinheiro emprestado pelo HSBC subiu em relação ao mesmo período do ano passado, de R$ 38,3 bilhões para R$ 40 bilhões, um crescimento de 4,59%. Por outro lado, a provisão para perda subiu 87,85%, de R$ 866,7 milhões para R$ 1,6 bilhão. O provisionamento absurdo, perto do crescimento do crédito, afeta o balanço do banco, mas não impacta em nada no lucro real, já que o dinheiro fica no caixa da empresa como receita.