Bancos vão elevar spread

Os bancos já se preparam para aumentar ainda mais a já gigantesca taxa de spread no Brasil, apesar de registrarem seguidamente recordes e mais recordes de lucros nos últimos anos. Para os Sindicatos, a decisão penaliza a sociedade, afastando ainda mais as instituições financeiras de seu papel constitucional de financiar o desenvolvimento do país.
Os três bancos mais lucrativos do Brasil: Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil, planejam elevar o spread. Domingos Figueiredo de Abreu, vice-presidente executivo do Bradesco, fala abertamente do aumento: “O banco está gerando novas operações com mais spread”, disse para o Valor Econômico, “O mercado todo está repondo, o que nos permite fazer isso também.”
O diretor corporativo de controladoria do Itaú Unibanco, Rogério Calderon, diz que o spread cobrado pelo banco já subiu em algumas linhas em dezembro. “A tesouraria embute de imediato a curva de juro futuro no estoque”, explica.
O movimento de alta já está no dia-a-dia dos trabalhadores. Segundo pesquisa mensal do Banco Central, em janeiro, a taxa média para as famílias subiu 3,2 pontos percentuais em relação a dezembro, chegando a 43,8% ao ano. No caso das empresas, o aumento foi 1,4 ponto percentual, para 29,3% ao ano. Vale lembrar que a Selic, taxa básica do país, está em 11,25%.